O episódio vivenciado pelos funcionários da E.M. Pequeno Jornaleiro, de acordo com relatos obtidos por Graciete Santana (aqui), apenas corrobora para a decadência de um sistema mais do que falido de indicação política para a gestão escolar.Essa maneira arcaica e desprovida de critérios no âmbito educacional acarreta justamente em situações de desrespeito à comunidade escolar.
Faltam critérios, além dos descritos no papel e que não são cumpridos, para a ocupação desses cargos de confiança.Os últimos acontecimentos na referida escola podem não fazer parte da realidade de todas as unidades, mas o fato de não podermos generalizar é pura sorte, uma vez que o principal critério para ocupar a direção de uma escola é o apadrinhamento político.
Quando fazemos o concurso público e somos aprovados, precisamos estar munidos de uma gama de documentos que comprovem nossa habilitação para que sejamos empossados, passamos por um período de três anos de estágio probatório e posterior avaliação. Ao escolherem os nomes para a ocupação de cargos de confiança, pouco se exige. Mesmo que comprovada habilitação, o que nem sempre acontece, esse parece estar “imune” aos demais critérios fundamentais ao exercício de uma função que afeta toda a escola e seu sistema de funcionamento.
Segundo informações, a referida diretora é também professora da rede municipal, fato este que lhe confere super poderes e, pelo visto, não resultou numa boa gestão, coerente com o que a equipe que tão brilhantemente trabalha naquela escola merecia.
Com a escolha do diretor pela própria comunidade escolar, poderíamos nos deparar com um escolha adequada ao perfil e à realidade de cada unidade, por outro lado, alguém respaldado e apoiado pela vontade da maioria não lançaria mão da subserviência visando a permanência no cargo, o que muito desagradaria os possíveis padrinhos políticos e, consequentemente, aumentaria a autonomia da escola e de sua equipe. Mas a quem interessa um sistema autônomo?
Então adota-se um sistema intransigente, autoritário e falido, onde alguns poucos se beneficiam em detrimento do declínio da educação. Mas a quem interessa uma educação de qualidade, uma escola em que escolhem seus representantes no efetivo exercício da cidadania? Aprender a fazer suas próprias escolhas em âmbito local desencadeia numa experiência crítica acerca de escolhas de relevância em âmbito mais abrangente, e a quem interessa esse tipo de “aprendizado”?
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