Ontem assistindo a audiência pública no auditório da Câmara de Vereadores , presidida pelo ilustre deputado Marcelo Freixo, tivemos nosso conhecimento tecnico aprofundado sobre o trabalho escravo e no aspecto emocional um corte na carne pelos depoimentos lá expostos. Como me disse um trabalhador rural ao meu lado: "é uma escravidão branca !" Pelo lado técnico houve a apresentação de documentos e de multas aplicadas por uma precária fiscalização do Ministério do Trabalho, onde tais multas são cobradas _ou não_ numa sala do MT no Rio de Janeiro. O deputado Marcelo Freixo da Comissão de Direitos Humanos ficou de observar diretamente no referido setor o destino dessas multas. Pessoas que trabalharam vinte ou trinta anos receberam menos que um ano de direitos na rescisão , pelo que lá ouvimos. A desapropriação de terras dos devedores para pagar os milhões em dívidas me pareceu a proposta mais coerente. Outro ponto constrangedor foi a situação dos trabalhadores arregimentados em regiões pobres de outros estados para labutarem sem registros, sem carteira assinada, em acomodações próximas das velhas senzalas via uma teia de intermediários que possibilita as usinas se livrarem deles como palhas de cana. A luta de classes é um motor essencial para mudar a sociedade no sentido popular como no combate ao trabalho escravo. A mobilização de ontem foi mais um passo importante.
A abolição 1888 foi parcial, a escravidão disfarçada continua a caminhar "oculta"pelos frondosos sertões e canavias .
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