7 de junho de 2015

Manifesto da CHAPA 5



ELEIÇÕES DO SEPE: DIAS 30/06, 01/07 E 02/07/2015 – VOTE CHAPA 5
VAMOS FALAR DE EDUCAÇÃO?
A imagem do personagem Carlitos de Charles Chaplin no logotipo de nossa pagina não é à toa. Chaplin em seu clássico “Tempos modernos” faz uma ácida crítica à forma de trabalho nas fábricas, na qual o trabalhador perde suas características humanas no processo de produção de mercadorias, sendo alienado neste processo de trabalho. No início deste ano, o prefeito Eduardo Paes, lançou um cartaz em que compara a escola à uma fábrica. Nós da Chapa 5 – NOVOS RUMOS: POR UM SEPE DE CLASSE COM A CATEGORIA – queremos no espírito da crítica de Chaplin, dizer: A escola não pode ser fábrica, professores não podem ser como “peças de engrenagens” e estudante não é mercadoria. Mas dizer, não basta, é necessário arregaçar as mangas e lutar pela escola que defendemos!

A ESCOLA QUE QUEREMOS

1. UMA ESCOLA RADICALMENTE DEMOCRÁTICA E AUTÔNOMA
Apesar de importante, a luta por eleições para diretoras(es) não basta para garantir uma gestão democrática. Todas as decisões sobre a escola devem ser a expressão da comunidade escolar. As (os) estudantes, professoras (es), técnico administrativos (inclusive terceirizadas(os) e mães/ pais de estudantes devem estar à frente da gestão escolar. Pensamos ser importante uma escola que esteja pautada pelas decisões coletivas em todas as suas estruturas: administrativa, pedagógica, curricular e financeira.

2. UMA ESCOLA DE FORMAÇÃO HUMANISTA E ESSENCIALMENTE LAICA
A escola pública deve ser uma instituição voltada à introdução de conhecimentos nas áreas de ciências, de letras e de artes. Portanto, uma formação humanista e plena centrada no sujeito, que o possibilite a construção de ferramentas para o seu desenvolvimento intelectual e cultural, essencialmente crítica.
Também é necessária uma formação laica, portanto, livre de dogmas religiosos. Defender a sua laicidade não significa reivindicar uma escola antirreligiosa ou ateia. Pelo contrário, devemos respeitar todas as religiões. Entretanto, não concordamos com a inclusão da religião nas escolas enquanto disciplina específica. Como fenômeno social e cultural, a religião pode e deve ser discutida transversalmente em diversas disciplinas (sociologia, história, geografia, artes, dentre outras).
A reivindicação de uma escola laica não é sequer revolucionária, trata-se apenas de um princípio republicano, de separação entre Estado e religião.

3. UMA ESCOLA CATALISADORA DA REBELDIA ESTUDANTIL
Muitas vezes nos deparamos com conflitos nas escolas que envolvem as(os)estudantes – agressividade e questionamento às autoridades. Esses comportamentos são bastante comuns em algumas (alguns) jovens. Em sua maioria, são expressões de uma insatisfação com a sociedade, com a escola e com a sua vida. Em geral, as (os) estudantes não conseguem lidar bem com essas inquietações. Defendemos uma outra escola, que seja a catalisadora desta rebeldia estudantil. As (os) estudantes têm muito a dizer e cabe à escola orientar essa insatisfação para que as (os) jovens de desenvolvam senso crítico e enxerguem uma possibilidade de transformação de sua realidade.

4. UMA ESCOLA CULTIVADORA DA DIVERSIDADE
A educação sexual deve ser obrigatória nas escolas, pois o silêncio no combate aos preconceitos só reforça a  marginalização de quem não se conforma com elas. A educação sexual precisa deve enfatizar a construção histórica do sexo, do gênero e da sexualidade, reconhecendo sua imbricação com a luta de classes. A educação sexual, como a educação em geral, deve romper com a lógica machista, racista, heterossexista, heteronormativa e capitalista.

5. UMA ESCOLA EMANCIPADORA E NÃO-REPROVADORA
As escolas públicas brasileiras reproduzem aspectos conservadores da nossa sociedade. Grande parte dos esforços das escolas se resume a separar as(os) alunas/os “reprováveis” das (os) “aprováveis”, definir quem merece ou não os certificados de conclusão. Esse fato não significa defender a “aprovação automática”. Queremos discutir no SEPE o caráter da avaliação nas escolas públicas. O que se vê são estudantes com condições socioeconômicas desfavoráveis, de comportamento considerado inadequado, com formação escolar defasada ou alguma limitação intelectual, desestimulados em permanecer na escola através das reprovações.

6. UMA ESCOLA PROFUNDAMENTE CLASSISTA
A grande maioria das (os) estudantes que frequentam as salas de aula das redes municipais e estadual está inserida nas famílias proletárias. São as(os) filhas(os) da classe trabalhadora. Justamente por esse motivo, a escola deve ter um caráter classista e estar a serviço das trabalhadoras(es). A escola deve ajudar na reflexão da (os) estudantes acerca de seu papel na sociedade sob modo de produção capitalista e contribuir na sua superação, rumo à construção de uma sociedade comunista.

7. UMA EDUCAÇÃO INTEGRAL

É muito comum nos debates sobre as escolas o tema da educação em horário integral. Enxergamos nisso um aspecto positivo, porém não é o bastante. A exposição das(os) estudantes a uma carga horária maior em uma escola conservadora, reacionária e de educação tradicional não pode ser bem estimada por nós. Paralelamente à edificação da escola integral, é importante a escola nos termos apresentados nesse programa.

3 de junho de 2015

Eleições do Sepe nos dias 30 de junho, 01 e 02 de julho: Vote CHAPA 5


Gratificação após manifestação

A Câmara de Campos aprovou durante a sessão de terça-feira (2), por unanimidade, o projeto de Lei que dispõe sobre a alteração de dispositivos da Lei 8471, que trata do reajuste de 100% da gratificação por regência de classe e o projeto de Lei que institui o novo Plano Municipal de Educação. A aprovação ocorre 15 dias após a categoria entrar em estado de greve e protestar contra o governo. Porém, a pauta de reivindicações dos professores ainda conta com diversos pontos pendentes.
Pelo projeto, os professores que estão em sala de aula passarão a ganhar R$ 300,00 de gratificação. “Ainda existem questionamentos, mas entendo que se trata de um avanço. Vivemos hoje uma crise gerada pelo governo federal e, mesmo assim, a prefeita Rosinha tem feito o possível para atender a categoria. Quem me conhece sabe da minha luta pela valorização dos professores”, disse Auxiliadora Freitas (PHS).
A bancada de oposição votou a favor do projeto, mas não deixou de fazer críticas. “Quando a matéria é importante, a bancada de oposição não vota contra. Mas não podemos deixar de fazer algumas ponderações. Esta é uma vitória parcial dos educadores que lutaram por seus direitos. O governo só enviou este projeto após os protestos. Se deixasse por conta da prefeita, não haveria avanço algum”, disse Rafael Diniz (PPS), que foi além. “Esse governo está superfaturando a crise. Se não podem atender todas as reivindicações dos professores, a culpa é da crise. Mas este mesmo governo não deixa de repassar quantias bem altas para algumas empresas”, completou Rafael.
Já o vereador Marcão lembrou que a pauta de reivindicações vai muito além da gratificação. “Os professores cobram uma melhor estrutura nas escolas, uma merenda de melhor qualidade, porteiros, vigias, merendeiras, plano de saúde, uniformes e a reposição salarial anual”, disparou Marcão.
Líder do governo na Câmara, o vereador Mauro Silva (PT do B) disse que em momento algum a prefeita “potencializa a crise”. “As perdas em 2015 já estão na casa dos R$ 520 milhões”, disse.
Tensão – Durante o debate, os vereadores Fred Machado (SD) e Abdu Neme (PR) trocaram farpas no plenário. Após Fred usar a palavra na tribuna, Abdu se sentiu atingido e voltou a pedir a palavra ao presidente da Casa. Porém, na visão de Fred, o presidente não poderia dar voz novamente ao governista. O clima ficou tenso e o vereador Rafael Diniz (PPS) rebateu Abdu Neme.
A.B.L.
Foto: Valmir Oliveira 

20 de novembro de 2014

Neofeudalismo na ciência ocidental

Neofeudalismo na ciência ocidental

Neofeudalismo na ciência ocidental | Primavera Russa
No Ocidente, há uma monopolização conhecimento preciso duro dentro das estruturas oligárquicas fechadas. 
Nós trazemos-lhe um artigo sobre o estado da autora britânica do ensino europeu, o que explica muito sobre a finalidade e os objetivos da escola soviética clássico reformadores russos. Rússia também estão à beira de uma expropriação global de conhecimento que irá transformar não apenas a ciência, mas também, em geral, para estudar, para o privilégio dos senhores ricos.
Os proprietários de terras na ciência. Como publicações científicas eram direitos feudais?
O que o Ocidente capitalista, os tubarões mais toothy? Comparado com quem monopólio WalMart'a [1] parece mercearia inócuo, e Rupert Murdoch [2] - um socialista? Você não iria adivinhar. Você pode vir à mente um monte de opções, mas eu não estava se referindo a bancos, companhias de seguros ou de óleo, e - um momento de atenção - publicação científica. Este negócio pode parecer obsoleto e não muito promissor. Nem um pouco dela. De todas as fraudes corporativas é a sua raquete exige a rápida Serviço Antimonopólio intervenção.
Todos concordam que o público deve anexar ao conhecimento científico. Sem o conhecimento moderno, não podemos tomar decisões democráticas informadas. Mas o conhecimento da editora foi fechada no fechamento e pendurou um sinal "de entrada é estritamente proibido."
Você pode não gostar do que Rupert Murdoch vai cobrar £ 1 para o acesso diário aos tempos e Sunday Times. Mas você, pelo menos, um dia pode ler e baixar tantos artigos. Lendo a mesma publicação por dólar Elsevier vale 31,5 [3]. Editora Springer leva quase 35 euros para o artigo [4], Wiley-Blackwell - $ 42 [5]. Quer ler as 1010 vezes e pagar. E esses logs retém direitos autorais em perpetuidade. Quer ler a antiga publicação em 1981? Pagar US $ 31-50 centavos. [6]
Você certamente pode ir para a biblioteca (se já não estiver fechada). Mas a biblioteca é agora também sob o peso de tais preços astronômicos. O custo médio de uma assinatura anual do Jornal de Química é 3.792 dólares. [7] Algumas revistas são mais de 10 mil por ano. As revistas mais caras de todo me da editora Elsevier - Biochimica e Biophysica Acta - 20 $ 930 [8]. Embora a biblioteca reduziu seriamente assinatura da revista para fazer face às despesas, os custos já são responsáveis ​​por 65% do seu orçamento [9], o que leva a uma redução nas compras de livros. Custos para revistas - é uma parte significativa dos custos de universidades, que são repassados ​​para os alunos.
Murdoch vai cobrir o trabalho dos jornalistas e editores, e suas empresas criam a maioria do material que eles usam. A publicação científica é produzida artigos, auxiliares de serviços e até mesmo uma parte significativa dos serviços editoriais gratuitamente. O material publicado é encomendado e pago por todos nós, através de subsídios governamentais de pesquisa e bolsas de estudo. Mas ao vê-lo, devemos mais uma vez seriamente garfo.
Lucro neste negócio é enorme: no ano passado, por exemplo, a rentabilidade das Elsevier 36% (£ 724.000.000 de 2 bilhões de receita) [10]. Este é o resultado de monopolização do mercado apertado. Editora Elsevier, Springer e Wiley, absorveu muitos ex-concorrentes, agora publicam 42% [11].
Além disso, as universidades são obrigadas a comprar seus produtos. Artigos científicos publicados em um só lugar, e os cientistas são obrigados a lê-los, a fim de acompanhar o desenvolvimento da pesquisa. A demanda não é elástica, sem concorrência, porque um só eo mesmo material não pode ser publicado em diferentes revistas. Em muitos casos, os editores obrigar as bibliotecas a comprar um monte de revistas, eles desejam ou não. Não é de estranhar que o maior vigarista Robert Maxwell [12] ganhou uma parte considerável de sua fortuna era a revistas científicas.
Os editores alegam que eles são forçados a definir os preços para cobrir os custos de impressão e distribuição, e que a sua contribuição para o produto final é significativo (de acordo com Springer), uma vez que "desenvolver marcas de revistas e desenvolver a infra-estrutura digital que revolucionou o intercâmbio de resultados científicos para nos últimos 15 anos "[13]. No entanto, a análise realizada pelo Deutsche Bank, levou a conclusões diferentes. "Acreditamos que a contribuição de editores no processo de publicação é insignificante ... Se as suas operações eram realmente tão complicado, caro e valioso, como eles dizem, a rentabilidade de 40% teria sido impossível." Ao invés de promover a difusão dos avanços científicos, as grandes editoras impedi-lo, atrasando a publicação, por vezes, mais de um ano [14].
O que acontece - isso é puro capitalismo rentista: monopolizando um recurso público e manipulação de preços. Também termo bastante apropriado "parasitismo econômico". Para obter o conhecimento de que já pagamos, nós nos tornamos refém dos proprietários da Academia.
A má cai pesquisadores, mas pior ainda não iniciados.
Remeto o leitor para publicações científicas, seguindo o princípio de que deve indicar as declarações de origem. Os leitores também responder que eles não podem dar ao luxo de avaliar se eu trouxe alegações de fontes. Pesquisadores independentes que estão tentando manter o controle de importantes desenvolvimentos tem que carregar milhares [15]. Não é nada como um imposto sobre educação, estrangulamento pensamento social. Temos também uma violação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma:. "Toda pessoa tem direito à liberdade de ... participar do progresso científico e de seus benefícios" [16]
Recursos abertos, ao contrário das expectativas, ea presença de várias fontes maravilhosas, como Public Library of Science e bancos de dados em arxiv.org física, não empurrou monopolistas. Em 1998, a revista The Economist, feita a revisão das oportunidades oferecidas pelos editores eletrônicos expressa previsão: "Dias sorokaprotsentnoy rentabilidade em breve poderá afundar no esquecimento depois de Robert Maxwell" [17].
Mas em 2010, a rentabilidade da Elsevier (36%) não se alterou em relação a 1998 [18].
A razão é que as grandes editoras apreendeu revistas com maior fator de impacto, a publicação de que são vitais para a obtenção de subsídios e progressão na carreira. [19] Você pode começar a ler recursos abertos, mas é impossível abandonar fechado.
As organizações governamentais, com raras exceções, não entram em conflito com eles. Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos exigem que todos os beneficiários de subvenções a publicar artigos em recursos abertos [20]. Mas Research UK Conselhos (Conselhos de Pesquisa do Reino Unido), de criação sobre o tema do acesso aberto sucata inútil contínua de papel ", sugerem que os editores manterá a sua actual prática do espírito". [21] Este é sem dúvida.
Num futuro próximo, o governo deve prestar atenção para o Serviço Antimonopólio em publicações científicas e para exigir o livre acesso a todos os artigos, patrocinado por fundos públicos [22]. No longo prazo que você deseja compartilhar com a comunidade científica para desenvolver um mecanismo de exclusão de intermediários e de criar, por sugestão de Bjorn Brembsa, um único arquivo mundial da literatura científica e de dados [23]. A revisão por pares seria realizado por uma organização independente. Ele poderia ser financiado bibliotecas, cujos orçamentos ainda transbordar para as mãos dos corsários.
Monopólio do conhecimento de ilegal e um anacronismo mesmo que as leis do milho (leis inglesas sobre alta tributação dos grãos importados nos interesses da aristocracia rural, revogadas em 1846 sob pressão do capital industrial). Então, vamos nos livrar de senhorios parasitas e ciência livre que pertence a todos nós.
Traduzido por Leo Fotieva editado por Alexei Vedrova [ Fonte ]
[Artigo original: autor do blog ]
PS

30 de janeiro de 2014

Vem aí o 14º Congresso do Sepe




O Sepe convida à todos os profissionais de educação para participar do seu 14º Congresso que será realizado nos dias 26, 27, 28 e 29 de março de 2014. Sendo a abertura realizada no dia 26 de março às 18 horas.
Sua participação é fundamental para definir os novos rumos do nosso sindicato. " O Sepe somos nós, nossa força e nossa voz!"

10 de janeiro de 2014

Educar para reproduzir as relações de produção ou educar para transformar o mundo?



Nós, que participamos da luta sindical e política, e que atuamos no campo da educação pública, não podemos nos dar ao luxo de nos enganar: precisamos fazer de nossa prática educacional uma militância política cotidiana, comprometida com o desenvolvimento da consciência crítica dos jovens estudantes. Existe uma tendência, no seio da escola pública, a pensar que os governos não nos valorizam, logo, já que não somos valorizados, não temos motivos para pensar em um ensino público de qualidade para os nossos jovens. Ora, segundo nosso ponto de vista, desistir de dar uma aula de qualidade, por conta das manobras governamentais, é alienante e simplesmente ajuda o projeto de reprodução da lógica do capital.

     Vamos raciocinar: quem estuda na escola pública? Filhos da classe trabalhadora, não é verdade? E quem somos nós, os educadores? Trabalhadores da educação, não é verdade? Então, quem sai prejudicado se desistirmos de lutar por uma escola pública, gratuita e de qualidade? Todos nós, da classe trabalhadora. E é preciso entender: não interessa aos governos, favoráveis ao capitalismo, o investimento na escola pública, gratuita e de qualidade, justamente porque nessa escola estão os filhos da classe trabalhadora e, no capitalismo, os trabalhadores são criados para serem escravos da exploração, escravos da mais-valia. Não somos criados-formados para sermos livres e críticos, com vida digna. Somos criados-formados para reproduzir as relações de produção do capital: lucro, consumismo, exploração, riqueza para poucos, destruição ambiental e da vida.

    Qual, então, o lugar do educador nesse mundo? É preciso ser categórico, nosso lugar é o da militância política. Não podemos nos dar ao luxo de não sermos militantes políticos em nossas aulas, não podemos nos dar ao luxo de desistir. Um mundo melhor será parto da luta diária, não será filho do desânimo, da descrença ou da desesperança. É isso que os capitalistas querem, que fiquemos abatidos, desanimados, desesperançados, desapaixonados, entediados, assim não precisam gastar com a educação dos trabalhadores.

    Porém, enquanto educadores, temos obrigação moral de sermos apaixonados pela educação, porque educar é despertar a crítica, é desnaturalizar as práticas, é desmistificar as falsas verdades, é arrancar o obscurantismo da sociedade, é questionar as políticas públicas ausentes, é combater as opressões machistas, racistas, homofóbicas, trabalhistas, políticas, de classe, educar é sonhar com outros mundos possíveis. Não existe aula neutra, a eleição de um tema X ou Y, a ser discutido em sala de aula, já está repleto de ideologia. Damos aulas para legitimar a visão burguesa do mundo ou damos aulas para despertar os filhos da classe trabalhadora para um outro mundo, um mundo sem opressões e sem exploração?
 
    Nosso lugar precisa ser o do ânimo presente, caminhando com espírito de luta rumo ao futuro. Qual tem sido, em geral, o projeto dos governos para a educação, por exemplo? Doutrinar alunos e professores rumo às avaliações externas, como se bastasse subir as metas educacionais para alunos e professores terem uma vida melhor. Todos sabem que esse é um projeto de educação falso. Mesmo se tivéssemos uma avaliação externa em que os alunos fossem altamente bem sucedidos, sem despertar a postura crítica e o desejo de construir um mundo mais justo, no outro dia, após o resultado das avaliações, ainda teríamos as mesmas mazelas sociais, o mundo dos ricos e o mundo dos pobres, o mundo dos incluídos e dos excluídos socialmente. Portanto, não podemos educar pensando nessa lógica das avaliações externas, como se elas fossem o grande selo de qualidade da educação pública. Esse não pode ser o nosso projeto de educação, não pode ser o projeto de educação dos lutadores. Nós, os lutadores, temos que despertar a postura crítica dos estudantes. Temos de desnaturalizar, deseternizar, deslegitimar, questionar as pretensas verdades das diversas práticas sociais. Temos de despertar nos educandos o desejo do não existente, a partir de uma crítica lúcida daquilo que existe.

    Por exemplo, o mundo é machista, deveríamos, na educação do dia a dia, despertar o desejo de um mundo em que as mulheres sejam respeitadas. O mundo é racista, deveríamos despertar o desejo de um mundo sem opressão. O mundo é homofóbico, deveríamos despertar o desejo de tolerância face ao diferente. O mundo é agressivo, deveríamos despertar o desejo da gentileza. O mundo é inculto, deveríamos despertar o desejo de descobrir. O burguês não paga o total de horas trabalhadas ao operário, deveríamos despertar em nossos jovens o desejo de justiça trabalhista. Os pobres morrem por diversas enfermidades nas filas do SUS, deveríamos despertar o interesse por um sistema de saúde decente. Os jovens são ceifados pelo mundo das drogas, deveríamos despertar perspectivas e sonhos outros para nossa juventude. O mundo não tem emprego para todos, deveríamos despertar o sonho do pleno emprego. O mundo não oferece sequer moradia para uma boa parte da população, deveríamos despertar nos jovens o desejo de morar dignamente. Os pobres sofrem, deveríamos despertar o desejo de não sofrer.
 
    Infelizmente, os governos não tem sido nossos aliados nessa luta por uma educação crítica, pois ao comprometerem-se com o capitalismo, suas práticas políticas não toleram cinco minutos de exame crítico. Não é necessário e nem é natural, por exemplo, sufocar os professores dentro das escolas, simplesmente porque não lhes paga o suficiente para sobreviver. Qual governo, entretanto, não está fazendo isso? Existe algum? Não é legítimo e necessário manter escolas sem livros, sem laboratórios, sem jornais, sem espaços de lazer. Quantos se preocupam em resolver seriamente tais problemas? E os demais problemas mencionados acima: existe alguma política dos governos voltada para despertar nos jovens e no povo o desejo de um mundo melhor? Não temos visto tal prática. Portanto, a educação é o lugar de problematizar-discutir os problemas da sociedade, é o lugar de instigar o desejo do não existente, a partir de um exame atento das condições reais e vigentes.

    Em toda disciplina, é possível fazer isso. Os lutadores precisam pesquisar e compartilhar práticas rumo a uma educação que desnaturalize as falsas verdades das práticas sociais. Nossos sindicatos precisam dar voz a esse debate. O que motiva a paixão de educadores e estudantes é a luta acompanhada da visão crítica. Quando temos a certeza de que o nosso trabalho é uma militância política cotidiana contra todos os inimigos políticos, econômicos e ideológicos que emperram a construção de um mundo mais justo, então encontramos sentido para o nosso trabalho, nos tornamos incansáveis, fazemos greves, preparamos aulas que despertam a consciência crítica, ganhamos aliados, ganhamos apoio na classe trabalhadora, ganhamos outros sujeitos para sonhar junto conosco, caímos, levantamos, sabemos que a cada dia estamos travando uma batalha contra o senso comum e contra a lógica da reprodução das relações de produção. É hora de debater, na escola, os temas que angustiam as vidas da classe trabalhadora. Esse é nosso papel. Educar para a vida futura começa educando os seres humanos para entenderem a vida presente, com a firme convicção de é possível modificar aquilo que não aceitamos. Não temos o direito de desistir. É preciso fazer das nossas aulas uma militância política em prol da luta para transformar o mundo.

  Como Socialista Livre e trabalhando como professor, acredito que a educação pode e deve ser um lugar de militância política.
Mail do autor: gshaibabibi@gmail.com

8 de janeiro de 2014

Novo golpe no piso do magistério e reação dos professores



Dever de Classe - Professores de todo o País expressam revolta, sobretudo nas redes sociais, contra a política ilegal, imoral e debochada da presidente Dilma (PT), que, mais uma vez, rebaixou o índice de correção do Piso do Magistério, calculado anteriormente para 2014 em 19% e que despencou para 8,32%. A presidenta cedeu aos apelos de governadores e prefeitos, principalmente do PT, PSDB, PMDB e PSB.

Milhares de professores da Educação Básica Pública de todo o país expressam revolta com o rebaixamento, mais uma vez, do índice de correção do Piso Nacional do Magistério para 2014. Docentes utilizam-se principalmente das redes sociais para manifestar indignação. E com razão. De acordo com a Lei 11.738/2008, esse reajuste, a partir de primeiro de janeiro próximo, deve ser de no mínimo 19%. Mas Dilma o despencou para apenas 8,32%. Ou seja, uma queda de mais de 58% em seu valor real. A presidenta cedeu às ordens de governadores e prefeitos, sobretudo do PT, PSDB, PMDB e PSB, comandados por Tarso Genro (PT-RS), Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Eduardo Campos (PSB-PE). Nos anos anteriores têm sido a mesma coisa. Em 2013 esse mesmo Piso, que legalmente deveria ter sido reajustado em cerca de 22%, caiu para menos de 10%.

As velhas e debochadas desculpas de sempre


Dilma e seus aliados tentam justificar tamanho crime com as velhas e debochadas desculpas de sempre. "Os estados e municípios não podem pagar". "A crise mundial ainda está muito forte". No entanto, não explicam gastos cada vez maiores com mordomias, corrupção e pagamento de juros da eterna dívida pública junto a banqueiros e especuladores nacionais e internacionais. Segundo o site Auditoria Cidadã da Dívida, do Orçamento da União para 2014, R$ 1,002 trilhão (42%) são destinados ao pagamento de juros e amortizações dessa agiotagem.

CUT, CNTE e centrais fictícias, como CSP-Conlutas, ajudam a consolidar golpes


Todo ano, governos contam com o apoio dentro do movimento sindical para consolidar golpes contra o Piso dos Professores. CUT e CNTE participam, diretamente, de todas as tramas com o Governo Federal, prefeitos e governadores para rebaixar o piso, em particular quando se trata de aliados do PT ou gestões desse próprio partido. Recentemente, a petista gaúcha Esther Grossi defendeu no programa "Voz da Educação", do Sinte-Pi, essa política de rebaixamento no Piso dos professores. O Sinte-Pi é filiado à CUT e CNTE. Quanto à CSP-Conlutas, como não mobiliza nada nem nos poucos sindicatos que dirige, diz que "a lei do piso não é boa" e que defende mesmo é o "Piso do Dieese". Na prática, essa central fictícia, pelo seu imobilismo, capitula ao cutismo e não atua nem para garantir o rebaixado salário mínimo nacional.
Professores devem se organizar e denunciar os golpes e seus agentes

Diante desse quadro, resta aos docentes de todo o país denunciar esses golpes e seus agentes, em particular a presidenta Dilma e seus aliados nos estados e municípios. Utilize-se as redes sociais e tudo mais que estiver ao alcance. É preciso ainda exigir que os sindicatos do magistério, em particular os organizados na CNTE, saiam do imobilismo e organizem uma greve nacional por tempo indeterminado em todo o Brasil em defesa do Piso dos professores.