16 de novembro de 2011

Nota do Sepe sobre a divulgação da Seeduc de que existem 120 mil alunos fantasmas nas escolas estaduais



A imprensa divulgou hoje, dia 16/11, a informação

do secretário estadual de Educação, Wilson Risolia,

de que existem “120 mil alunos fantasmas” nas

escolas estaduais - estudantes que abandonaram

as aulas, apesar de estarem normalmente matriculados.

O secretário também afirma que irá corrigir os dados

para o próximo ano. O Sepe considera que estes

120 mil alunos que abandonaram as aulas não

são “fantasmas” e sim alunos evadidos, e que por

motivos diversos, inclusive sociais, abandonaram

as escolas, sem o apoio devido da Secretaria

Estadual de Educação (Seeduc) para continuar os estudos.

O Sepe teme que a afirmação do secretário de que

irá “corrigir os dados” sobre estes milhares de

alunos evadidos pode significar o fechamento

de escolas – o próprio secretário confirmou

que irá fechar 48 unidades noturnas para o próximo

ano letivo. Na matéria de hoje, a Seeduc informa

que a manutenção destes alunos por ano tem

um custo de R$ 297 milhões – valor este que

será economizado, para o secretário, com o

corte destas vagas.

O Sepe esclarece que é contra o corte de vagas

e o fechamento de escolasestes dados sobre

estes supostos alunos fantasmas têm que ser,

portanto, detalhadamente analisados. A rede

estadual, tão carente de receitas e estrutura,

não pode sofrer mais cortes nas matrículas e

muito menos ter escolas fechadas.

Não que o sindicato seja contra a reorganização

dos gastos do governo, tendo em vista uma

melhor aplicação do orçamento – o sindicato

é contra, isso sim, os gastos indevidos, a

malversação de verbas, o favorecimento de empresas,

contra o lançamento de notas falsas no programa

“Conexão Educação”, a partir de orientação da

própria Secretaria, entre outras sérias denúncias

contra o governo de Sérgio Cabral trazidas pela

imprensa nos últimos anos.

Desta forma, para o Sepe, a solução em relação à

evasão de alunos não é o corte de verbas, como

pretende a Seeduc, e sim um trabalho articulado

entre as escolas e o governo, envolvendo inclusive

outras secretarias, como a de Ação Social, por exemplo.

Sepe fará campanha e protesto no diia 23/11

contra fechamento de escolas estaduais:

O Sepe, juntamente com os profissionais e alunos

das escolas estaduais noturnas ameaçadas de

fechamento, realizará um ato no dia 23 de

novembro, na porta da SEEDUC, a partir das 18h,

para protestar contra o anúncio feito pelo secretário

de estado de Educação, Wilson Risolia, de fechamento

de 48 unidades que funcionam em regime compartilhado

com a Secretaria Municipal de Educação (município de

dia e estado no turno da noite).

Além do ato, o sindicato vai promover uma campanha

intitulada "Fechar escolas é crime", veiculando

mensagens contra a política da SEEDUC de extinção

de escolas noturnas em carros de som nas ruas da

capital e dos municípios que também terão unidades

fechadas, colagem de cartazes, distribuição de adesivos

como slogan contra a medida e publicação de encarte

publicitário em um jornal de grande circulação.

Em 2010, o Sepe esteve à frente da luta em várias

escolas ameaçadas, mobilizando as comunidades

escolares com atos de protesto, reuniões e audiências

na SEEDUC para reverter o processo de extinção

de escolas, que ameaçava o ano letivo dos alunos

do ensino estadual noturno. A mobilização foi

iniciada em meados deste ano, quando Risolia

anunciou a intenção de fechar mais de duas

dezenas de escolas noturnas que atendiam

alunos das regiões da Tijuca, Rio Comprido e

Centro. Graças à mobilização, a secretaria acabou

revertendo o fechamento. Em outubro, foi a vez da

mobilização da comunidade no Colégio Tereza Cristina

(Brás de Pina), onde a SEEDUC queria extinguir várias

turmas e realocar os alunos dois meses do final do

ano letivo. Depois de vários protestos e reuniões na escola,

na Metropolitana local e na SEEDUC, o secretário recuou da

decisão e os alunos não foram prejudicados.

Agora, a SEEDUC volta a atacar o direitos dos alunos

à escolas públicas noturnas e ameaça fechar 48 unidades

para o ano letivo de 2012. A iniciativa faz parte do

processo de municipalização e de "otimização" das

unidades estaduais e o sindicato e as comunidades

escolares não irão permitir que a política de

mercantilização da escola pública estadual

prejudique ainda mais a educação em nosso estado.

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