20 de maio de 2012

RSOLIA TRATA A EDUCAÇÃO COMO CASO E POLÍCIA

A pouca intimidade do secretário de educação, Wilson Risolia, faz com que busque "soluções" para os problemas crônicos da educação do estado do Rio de Janeiro, na contramão do que reivindicam os profissionais de educação e a população. 
Tratar a escola pública como caso de polícia teria sentido se fosse para reprimir governantes que não investem na educação pública, nem respeitam professores, funcionários, alunos e pais.Escola é espaço para construção de conhecimento, de liberdade de expressão, de cidadania. Não tem lugar para aparato repressivo, resquício de braço da ditadua militar brasileira.

O modelo de polícia que temos tem merecido reflexão de vários segmentos da sociedade, quanto a natureza de sua formação e de sua atuação. Há defensores de que que seu modelo está ultrapassado e precisa de profunda reformulação.

Assim, a categoria da educação estadual não vê com bons olhos a presença de policiais nas escolas.

Em Campos, temos evidências que servem para embasar sermos contrários a esta medida.

Tivemos problemas sérios numa escola municipal, onde a diretora usou e abusou do caráter repressivo da polícia para constranger e assustar alunos da escola.

Com o propósito de evitar novos acontecimentos, procuramos o Comando do 8º BPM, num daqueles eventos de café da manhã para a comunidade.

A proposta naquele momento foi que policiais destacados para este trabalho, tivessem conhecimentos básicos sobre pedagogia educacional e que o limite de sua atuação fosse restrito ao entorno das escolas.

Na saída, ouvi de um policial que isso  não seria  possível, pois os policiais são treinados para bater, para reprimir.

Então, pautada no acúmulo que ficou com esta experiência, posso afirmar que a situação é mais do que polêmica.

Educação e polícia são incompatíveis.

A segurança que reivindicamos para as escolas estaduais e municipais deve ser através de concurso público para inspetores de alunos, vigias, porteiros, auxiliares de secretaria, merendeiras, auxiliares de serviços gerais,etc.

Com professores suficientes para atender todos os alunos, somado a presença de demais profissionais de educação, concursados para este fim, as escolas terão condições concretas de retomar seu rítmo, cumprindo seu papel com a garantia da necessária segurança para todos.

Graciete Santana

Confira matéria abaixo:

  Matéria do Jornal Folha da Manhã

PM nas escolas gera polêmica

A presença de policiais militares nas escolas estaduais do Rio de Janeiro vem dividindo opiniões. O convênio, dentro do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis), firmado entre a secretaria de Estado de Educação (Seeduc) e secretaria de Segurança, autoriza a presença de policiais militares armados em escolas do Rio. O Ministério Público Estadual (MPE)  anunciou que vai investigar o convênio. O promotor titular da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Educação da Capital, Emiliano Rodrigues Brunet Depolli Paes, instaurou inquérito civil e disse que vai questionar a secretaria de Educação para saber se houve avaliação prévia da questão e como será o modo de atuação dos PM’s.
Através de nota enviada pela assessoria de imprensa, a Seeduc disse que lamenta os fatos negativos contra a própria secretaria e ao Proeis, e contra docentes, alunos, pais e polícia. A nota informou que a Seeduc não recebeu nenhum questionamento de qualquer direção de escola, professor, aluno ou responsável, denunciando qualquer fato negativo em relação à presença de PM’s que atuam nos colégios. “Pelo contrário, foram centenas de elogios, depoimentos favoráveis e solicitações para que os PMs estivessem também em unidades ainda não contempladas”, dizia um trecho da nota.
A secretaria de Educação informou ainda que ter segurança nas escolas foi uma demanda de alunos, professores e pa-is. E acrescentou que a medida tem amparo legal, tanto pela Constituição Federal (artigos 5° e 144) quanto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (artigos 2º, 3º, 4º, 5º, 15, 16, 17 e 18).
A Folha entrou em contato com a assessoria de imprensa do MPE, no Rio, para saber como está o inquérito e foi informada que o prazo para que a secretaria possa responder ao questionamento da Procuradoria acerca do convênio, ainda não terminou. A assessoria não informou, no entanto, qual foi esse prazo. A Seeduc informou que enviará a resposta dentro do prazo.
A Folha também tentou falar com diretores de várias escolas estaduais de Campos, inclusive na Ciep da Lapa, onde já tem policial militar atuando, porém a diretora informou que não tinha autorização pa-ra falar com a imprensa. E também com o comandante do 8° Batalhão da Polícia Militar (8º BPM), tenente-coronel Lúcio Flávio Baracho, mas ele disse que não podia falar sobre o assunto, pois os policiais  atuam nas escolas em dias de folga.

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