22 de maio de 2011

SEPE CAMPOS RUMO AO XIII CONGRESSO DO SEPE

Delegados eleitos estarão saindo de Campos no dia 26 de maio para o Rio de Janeiro, sede do XIII CONGRESSO DO SEPE.

A reunião da direção do SEPE ocorrida na sexta (20/05) para tratar da organização da saída da caravana na próxima quinta-feira (26/05), definiu que o horário da saída será às 6:30h, em frente ao Banco do Brasil na Pç São Salvador.

Dos dezessete (17) diretores do SEPE Campos apenas oito(8) compareceram à reunião. Apenas três(3) justificaram a ausência: Eduardo, Edson Braga e Regina Paula. Os demais faltosos não se manifestaram, sendo eles Sandrelene (que saiu antes da reunião começar), Renato, Claudiana, Silvana Carneiro, Luís Cláudio e Norma.


Dos presentes à reunião - Graciete, Amaro Sérgio, Cristini, Ângela, Ana Marina, Juvenil, Tânia Mara e Silvana nascimento - foi criada uma comissão para organizar a viagem da delegação ao Rio de Janeiro composta por Graciete, Ângela, Cristini, Juvenil e Ana Marina. O critério foi o de um representante por chapa.

A comissão agendou reunião no SEPE nesta segunda-feira (23/05) para tratar do assunto.

21 de maio de 2011

Alunos copistas são a nova face do analfabetismo funcional, que chega a atingir um terço da população brasileira

Alessandra Duarte e Efrém Ribeiro

RIO e TERESINA - Foi no 4º ano do fundamental que Vanderson Washington da Silva aprendeu a ler e a escrever. Até ali, o jovem morador de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, era um aluno copista: só copiava no caderno o que via no quadro - letras que, para ele, foram por muito tempo desenhos sem significado. O problema dos alunos copistas é um exemplo recente do analfabetismo funcional, que no país atinge um terço da população. Dos que aprenderam a ler e escrever mais tarde, entre 9 e 14 anos - característica do copista -, só 13% se tornaram plenamente alfabetizados, apontam dados inéditos calculados pelo Instituto Paulo Montenegro a pedido do GLOBO, sobre jovens de 15 a 24 anos das nove principais regiões metropolitanas do país.

Se a definição mais conhecida de analfabeto funcional é quem lê mas não interpreta um texto, com o copista é pior: como só copia, não sabe que o "a" que escreveu, por exemplo, é um "a".

- São crianças que não se apropriam do significado das palavras. Mas vão galgando as séries porque, como copiam, conseguem cumprir algumas tarefas em sala - diz Marilene Proença, professora da USP e integrante da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional.

Mostrando como o estudo sobre o copista é relativamente recente, é de 2007 uma das primeiras pesquisas sobre o tema, uma dissertação de Giuliana Temple na USP, orientada por Marilene Proença, com copistas da rede estadual paulista. O GLOBO teve contato com o problema dos copistas meses atrás, em reportagem sobre outro tema em Saracuruna, ao conversar com Marilene Silva, professora que coordena uma creche comunitária na área, a Santa Terezinha. Além de creche, ela oferece reforço gratuito a alunos da região. Foi lá que Vanderson se alfabetizou.

- No colégio, a professora passava no quadro, eu copiava, copiava, mas não entendia nada, não - diz o menino, que sonha ser "dono de empresa".

Também recebem apoio na Santa Terezinha os irmãos Keteley e Erick do Nascimento, na mesma sala de reforço de Jéssica da Silva e Douglas Ribeiro. Estudam na região, no Ciep 318 e na Escola Municipal Marcílio Dias.

- Na escola, estão em anos que seriam as antigas 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries. Chegam aqui sem conhecer o alfabeto. Às vezes, nem números - diz a aluna do ensino médio Cristiane Mattos, que, dando aula na Santa Terezinha, é a alfabetizadora das crianças.

No Piauí, Weldey Frankin, 14 anos, está matriculado no 3º ano do fundamental em Chapadinha Sul, zona rural de Teresina. Mas não sabe ler. Mudo, não passou por escola especial. Segundo a irmã, Amanda, "é ótimo desenhista". Desenha as letras dos livros. "Na hora de ele responder os exercícios, aponto as respostas no livro e ele copia", diz a irmã.

- Já peguei um caderno de um aluno da 7ª série, de um colégio municipal de Porto Alegre, com tudo copiado corretamente. E ele não sabia ler. Era um artista! - conta Esther Grossi, ex-secretária de Educação de Porto Alegre e ex-deputada, presidente do Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação (Geempa), que atua com correção de fluxo escolar.

- O aluno copista é forte candidato a ser um analfabeto funcional ao longo da vida - diz Ana Lúcia Lima, diretora-executiva do Instituto Paulo Montenegro, que desde 2001 calcula o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). - Ele tem grande risco de se tornar o chamado alfabetizado rudimentar: reconhece algumas palavras, escreve um bilhete, dá um troco, e pronto.

Dois dos principais motivos apontados para o analfabetismo funcional são alfabetização tardia e baixa escolaridade dos pais. Segundo dados inéditos do Instituto Paulo Montenegro, sobre jovens das Regiões Metropolitanas, entre os alfabetizados plenos, 90% aprenderam a ler até os 8 anos. Quando o pai ou a mãe tem o fundamental, cerca de 69% dos filhos são analfabetos funcionais ou alfabetizados em nível básico. Mas, quando o pai ou a mãe tem nível superior, até 75% são alfabetizados plenos.

O peso da educação dos pais na dos filhos é mostrado ainda por dados do Pnud sobre jovens na América Latina. Quando os pais têm nível secundário, os filhos têm 5,4% de chance de chegar à universidade; já quando os pais têm nível universitário, os filhos têm 71,6% de chance de ir à faculdade. O pai de Vanderson, Jorge Salindo, estudou até a antiga 5 série; teve de ir "trabalhar em obra para ajudar em casa".

No caso do copista, haveria mais um motivo: um sistema de ciclos ou progressão continuada malfeito. Aí, o aluno, mesmo só copiando, avança nas séries sem repetir. São em escolas com ciclo - prática que se intensificou no país a partir dos anos 1990 - que estudavam os copistas do estudo da USP e os que precisam do reforço da Santa Terezinha. Marilene Proença diz que o ciclo "é política cara", que requer ações como reforço e contraturno. Para Esther Grossi, o copista "é um fenômeno dos ciclos".

A Secretaria estadual de Educação de São Paulo informou que oferece "o Projeto Intensivo de Ciclo, que possibilita recuperação da aprendizagem de leitura e escrita por turmas especiais". Secretária de Educação de Duque de Caxias, Roseli Duarte diz que a rede tem um programa de apoio com contraturnos.

- Não podemos aceitar a existência de alunos copistas. Mas os ciclos são uma resposta à repetência, que, além de levar à evasão, nos anos iniciais causa a distorção idade-série - diz a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar. - Temos de pensar é em ações como educação integral, que já há em 15 mil escolas, e em qualificar os professores de alfabetização, com projetos como o Pró-Letramento, que já atingiu 300 mil professores.


O ENSINO DA LÍNGUA -Nota Pública sobre o livro “Por um mundo melhor”


NOTA PÚBLICA DA AÇÃO EDUCATIVA

Livro para adultos não ensina erros

Uma frase retirada da obra Por uma vida melhor, cuja responsabilidade pedagógica é da Ação Educativa, vem gerando enorme repercussão na mídia. A obra é destinada à Educação de Jovens e Adultos, modalidade que, pela primeira vez neste ano, teve a oportunidade de receber livros do Programa Nacional do Livro Didático. Por meio dele, o Ministério da Educação promove a avaliação de dezenas de obras apresentadas por editoras, submete-as à avaliação de especialistas e depois oferece as aprovadas para que secretarias de educação e professores façam suas escolhas.

O trecho que gerou tantas polêmicas faz parte do capítulo “Escrever é diferente de falar”. No tópico denominado “concordância entre palavras”, os autores discutem a existência de variedades do português falado que admitem que substantivo e adjetivo não sejam flexionados para concordar com um artigo no plural. Na mesma página, os autores completam a explanação: “na norma culta, o verbo concorda, ao mesmo tempo, em número (singular – plural) e em pessoa (1ª –2ª – 3ª) com o ser envolvido na ação que ele indica”. Afirmam também: “a norma culta existe tanto na linguagem escrita como na oral, ou seja, quando escrevemos um bilhete a um amigo, podemos ser informais, porém, quando escrevemos um requerimento, por exemplo, devemos ser formais, utilizando a norma culta”.

Pode-se constatar, portanto, que os autores não estão se furtando a ensinar a norma culta, apenas indicam que existem outras variedades diferentes dessa. A abordagem é adequada, pois diversos especialistas em ensino de língua, assim como as orientações oficiais para a área, afirmam que tomar consciência da variante linguística que se usa e entender como a sociedade valoriza desigualmente as diferentes variantes pode ajudar na apropriação da norma culta. Uma escola democrática deve ensinar as regras gramaticais a todos os alunos sem menosprezar a cultura em que estão inseridos e sem destituir a língua que falam de sua gramática, ainda que esta não esteja codificada por escrito nem seja socialmente prestigiada. Defendemos a abordagem da obra por considerar que cabe à escola ensinar regras, mas sua função mais nobre é disseminar conhecimentos científicos e senso crítico, para que as pessoas possam saber por que e quando usá-las.

O debate público é fundamental para promover a qualidade e equidade na educação. É preciso, entretanto, tomar cuidado com a divulgação de matérias com intuitos políticos pouco educativos e afirmações desrespeitosas em relação aos educadores. A Ação Educativa está disposta a promover um debate qualificado que possa efetivamente resultar em democratização da educação e da cultura. Vale lembrar que polêmicas como essa ocupam a imprensa desde que o Modernismo brasileiro em 1922 incorporou a linguagem popular à literatura. Felizmente, desde então, o país mudou bastante. Muitas pessoas tem consciência de que não se deve discriminar ninguém pela forma como fala ou pelo lugar de onde veio. Tais mudanças são possíveis, sem dúvida, porque cada vez mais brasileiros podem ir à escola tanto para aprender regras como parar desenvolver o senso crítico.

20 de maio de 2011

Censo 2010: analfabetismo e nossa falta de pressa

O Censo 2010 apontou que 9,6% dos brasileiros com 15 anos ou mais é iletrada – mais especificamente 13.940.729 pessoas, quase uma Bahia inteira.

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No Nordeste, onde o índice é maior, atinge 19,1%. No último lugar, as Alagoas de Fernando Collor e Renan Calheiros, com quase um quarto da sua população (24,3%) sem saber ler ou escrever. Quando considerada só a zona rural do Estado, a taxa estoura para mais de um terço (38,6%). Os números ainda podem sofrer alterações, mas dificilmente mudarão de grandeza.
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A quantidade de analfabetos vem caindo (era 13,6% no último levantamento, em 2000), mas a uma velocidade menor do que a necessária. Aliás, se os governos não tomarem cuidado, a queda ficará camuflada pela própria renovação geracional (os mais velhos, iletrados, morrendo e dando lugar nas estatísticas aos mais novos, que se beneficiaram da oportunidade que seus pais não tiveram de acesso a programa de transferência de renda ligados à educação básica). Ou seja, ao invés de aumentar os recursos investidos em programas de alfabetização de jovens e adultos estaremos solucionando o problema ao deixar o estorvo morrer com o tempo.
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Ao mesmo tempo, o letramento digital vem crescendo. Como já apontei aqui antes quando saíram os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), também divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Sudeste era a região com maior número de internautas: são 33,5 milhões de pessoas, ou 49,3% dos usuários da web no país. No total, representava 48,1% da população local. No Nordeste, eles eram 30,2%. O grupo de usuários que mais aumenta é o de jovens entre 10 e 14 anos, com 58,8% (eles eram 24,3% em 2005). Entre aqueles com 50 anos ou mais, 15,2% acessavam a internet.
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Cantamos loas ao maravilhoso mundo de bits e bites, mas muitos se esquecem de que parte da população não faz idéia de onde fica essa tal de internet ou a que horas ela deve passar no ponto da lotação. E a velocidade de expansão dos que navegam na rede irá colidir, em algum momento, com a dificuldade de alfabetizar digitalmente um analfabeto funcional. Ou seja, um problema não resolvido encontra outro problema a resolver.
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Considerando que, dentro em pouco, grande parte da vida das pessoas irá passar necessariamente pela rede (e muitas instituições, de bancos a empresas de serviços públicos, a fim de poupar dinheiro, já fazem questão de jogar tudo para dentro da internet como se todo mundo já estivesse lá) isso significa que o abismo entre incluídos e excluídos será maior do que hoje.
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E por falar em estrutura etária, os idosos eram 3,3% da população há 20 anos. Depois, em 2000, 4,3%. Agora, 5,8% ou 14.081.48 com 65 anos ou mais.
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Vivemos em uma sociedade na qual os que viveram mais não são vistos como patrimônio de conhecimento, mas sim como estorvo produtivo, por não poderem fornecer ao capital a mesma energia que garantiam antes, quando eram moços. O interessante é que à medida em que o tempo avança e a pirâmide demográfica brasileira vai mudando, com a redução no número de jovens na base (crianças de até 5 anos – 1991: 11,5%; 2000: 9,8%; 2010: 7,6%) e o aumento no número de idosos no topo, vamos percebendo a armadilha que estamos construindo para o nosso próprio futuro – e não estou falando da questão previdenciária, mas sim da ausência de políticas públicas que garantam respeito e dignidade ao nosso próprio futuro. Porque, pasme, você vai ficar velho.
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E não pense que isso ocorre apenas com atividades que demandam força física – jornalista, por exemplo, também vai ficando ultrapassado aos 50 em nossa sociedade que também despreza a experiência de vida. Poucos são aqueles que se mantém bem posicionados na profissão sem serem atropelados pelos mais jovens que vêm cheios de gás para dar à redação, aceitando ganhar menos e trabalhar mais.
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Velhos, analfabetos, desconectados, desempregados. A gente até pode conseguir, lá na frente ganhar esse jogo de xadrez. O problema é a quantidade de peões que perderemos no caminho em decorrência de nossa falta de pressa e indiferença.
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FREI BETO: CRIANÇA, ENTRE LIVROS E TV

Correio da Cidadania - [Frei Betto] Foi o psicanalista José Ângelo Gaiarsa, um dos mestres de meu irmão Léo, também terapeuta, que me despertou para as obras de Glenn e Janet Doman, do Instituto de Desenvolvimento Humano de Filadélfia. O casal é especialista no aprimoramento do cérebro humano.
Os bichos homem e mulher nascem com cérebros incompletos. Graças ao aleitamento, em três meses as proteínas dão acabamento a este órgão que controla os nossos mínimos movimentos e faz o nosso organismo secretar substâncias químicas que asseguram o nosso bem-estar. Ele é a base de nossa mente e dele emana a nossa consciência. Todo o nosso conhecimento, consciente e inconsciente, fica arquivado no cérebro.
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Ao nascer, nossa malha cerebral é tecida por cerca de 100 bilhões de neurônios. Aos seis anos, metade desses neurônios desaparecem como folhas que, no outono, se desprendem dos galhos. Por isso, a fase entre zero e 6 anos é chamada de "idade do gênio". Não há exagero na expressão, basta constatar que 90% de tudo que sabemos de importante à nossa condição humana foram aprendidos até os 6 anos: andar, falar, discernir relações de parentesco, distância e proporção; intuir situações de conforto ou risco, distinguir sabores etc.
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Ninguém precisa insistir para que seu bebê se torne um novo Mozart que, aos 5 anos, já compunha. Mas é bom saber que a inteligência de uma pessoa pode ser ampliada desde a vida intra-uterina. Alimentos que a mãe ingere ou rejeita na fase da gestação tendem a influir, mais tarde, na preferência nutricional do filho. O mais importante, contudo, é suscitar as sinapses cerebrais. E um excelente recurso chama-se leitura.
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Ler para o bebê acelera seu desenvolvimento cognitivo, ainda que se tenha a sensação de perda de tempo. Mas é importante fazê-lo interagindo com a criança: deixar que manipule o livro, desenhe e colora as figuras, complete a história e responda a indagações. Uma criança familiarizada desde cedo com livros terá, sem dúvida, linguagem mais enriquecida, mais facilidade de alfabetização e melhor desempenho escolar.
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A vantagem da leitura sobre a TV é que, frente ao monitor, a criança permanece inteiramente receptiva, sem condições de interagir com o filme ou o desenho animado. De certa forma, a TV "rouba" a capacidade onírica dela, como se sonhasse por ela.
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A leitura suscita a participação da criança, obedece ao ritmo dela e, sobretudo, fortalece os vínculos afetivos entre o leitor adulto e a criança ouvinte. Quem de nós não guarda afetuosa recordação de avós, pais e babás que nos contavam fantásticas histórias?
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Enquanto a família e a escola querem fazer da criança uma cidadã, a TV tende a domesticá-la como consumista. O Instituto Alana, de São Paulo, do qual sou conselheiro, constatou que num período de 10 horas, das 8h às 18h de 1º de outubro de 2010, foram exibidos 1.077 comerciais voltados ao público infantil; média de 60 por hora ou 1 por minuto!
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Foram anunciados 390 produtos, dos quais 295 brinquedos, 30 de vestuário, 25 de alimentos e 40 de mercadorias diversas. Média de preço: R$ 160! Ora, a criança é visada pelo mercado como consumista prioritária, seja por não possuir discernimento de valor e qualidade do produto, como também por ser capaz de envolver afetivamente o adulto na aquisição do objeto cobiçado.
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Há no Congresso mais de 200 projetos de lei propondo restrições e até proibições de propaganda ao público infantil. Nada avança, pois o lobby do Lobo Mau insiste em não poupar Chapeuzinho Vermelho. E quando se fala em restrição ao uso da criança em anúncios (observe como se multiplica!) logo os atingidos em seus lucros fazem coro: "Censura!"
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Concordo com Gabriel Priolli: só há um caminho razoável e democrático a seguir, o da regulação legal, aprovada pelo Legislativo, fiscalizada pelo Executivo e arbitrada pelo Judiciário. E isso nada tem a ver com censura, trata-se de proteger a saúde psíquica de nossas crianças.
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O mais importante, contudo, é que pais e responsáveis iniciem a regulação dentro da própria casa. De que adianta reduzir publicidade se as crianças ficam expostas a programas de adultos nocivos à sua formação?
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Erotização precoce, ambição consumista, obesidade excessiva e mais tempo frente à TV e ao computador que na escola, nos estudos e em brincadeiras com amigos são sintomas de que seu ou sua querido(a) filho(a) pode se tornar, amanhã, um amargo problema.
Frei Betto é escritor, autor de "Maricota e o mundo das letras" (Mercuryo Jovem), entre outros livros.
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Por que dizemos não ao Plano de Metas Cabral/Risolia


O governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC) tenta nos impossibilitar a construção de uma escola melhor para classe trabalhadora e, consequentemente, nos impedir de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Somos, dentre várias, a escola que atrapalha as "metas" meritocráticas e privatizantes de uma política educacional totalmente desconectada com uma sociedade emancipada. Somos, entre outras, uma escola que desmascara o "Choque de ordem" de um governo que "cinicamente" culpa os profissionais da educação pelo fracasso escolar – reflexo da falta de compromisso dos governos que se sucedem sem políticas públicas sérias para educação. Somos, dentre várias, a escola que precisa ser calada, fechada, virar museu ou outra escola, pois no processo histórico e político de ensino aprendizagem apostamos e continuamos apostando na participação cidadã diante da barbárie. E "desafinar o coro dos contentes” é resistência.

Somos a escola que se mobiliza por um salário mais digno para seus profissionais – que, ao se aposentarem ou ficarem doentes, não terão direito aos bônus de "produtividade" proposto como meta de eficiência por um governo incapaz de reconhecer direitos adquiridos. Pior, um governo que faz de nossas mazelas projetos espetaculares, que pareceriam ridículos e patéticos se não fossem construídos a partir de nossas tragédias cotidianas.

Só como ilustração perversa, podemos citar o projeto que se encontra no site da SEEDUC (www.educacao.rj.gov.br/) de saúde mental nas escolas e cidadania nas escolas. Propostas que seriam louváveis se não custassem a saúde mental de muitos profissionais e alunos e se não custassem a perversão dos direitos humanos, dado o descaso com que tratam o cotidianos escolar, como temos vivido e assistido nas escolas públicas nesse Estado. Trata-se de uma reedição espetacular do “morde e assopra”: comprometem nossa saúde, inclusive a mental, até o limite (licenciados perdem a bonificação, segundo o plano de metas), usurpam nossa cidadania, desrespeitando até o humano em nós (o número de casos de assédio moral cresce nas escolas) para depois remediar o que não tem remédio/reparação.

Medidas preventivas são bem mais eficazes e custam menos aos cofres públicos, todos sabemos. Todavia, precisam vir articuladas com atitudes/ações consequentes em cada gesto do cotidiano escolar e que traduzam políticas públicas comprometidas, como: políticas de salário e condições de trabalhos dignas; gestão participativa e democrática nas escola; autonomia pedagógica para as escolas construírem seu projeto político pedagógico; fim da farsa do Conexão Educação que mascara a falta de professores nas escolas (alunos sem professor com nota na disciplina) e retira da sala de aula o professor que tem prazo para lançar as notas num sistema ineficiente e precário e que em nada melhora a educação pública e muito menos otimiza a parte administrativa da escola (há anos são os professores e seus diários manuscritos que garantem o resultado final dos alunos, desde a implementação do SGE que também foi um projeto fracassado da SEEDUC e gastou, como o Conexão, muita verba pública); fim das avaliações bimestrais externas (saerjinhos) que também escondem a real situação das escolas da rede: essa avaliação se restringe à duas disciplinas, coloca em condições iguais alunos em condições desiguais (alunos sem prof. de matemática e português participam dessa avaliação) e é uma avaliação de múltipla escolha dentro de uma realidade de alunos com sérios problemas de escrita e leitura e que começam a ser treinados para marcar x e melhorar o índice das escolas (rendimento bom nos exames externos rendem melhor bonificação!).

Não precisamos parar nossas escolas para diagnosticar o que já sabemos: falta política pública que invista mais do que o mínimo de 25% que o Estado investe hoje na educação - incluindo aqui o gasto com aluguel de equipamentos que nunca serão usados, viram sucatas e dão uma séria demonstração de desperdício de verbas públicas. É vergonhoso ver um Estado que investe só o mínimo obrigatório em educação (equipamentos entram nessa fatura) precisar distribuir gratificações no final do ano (bônus “peru”) para conseguir fechar as contas dos cofres públicos. E, para fechar uma lista que não se esgota nesses pontos, acrescenta-se ainda a necessidade de grêmios livres com total liberdade de expressão e respeito à liberdade de organização dos profissionais de educação nos seus locais de trabalho. Essas são apenas algumas ações preventivas inclusive para a segurança nas escolas que não pode ser reduzida à colocação de câmeras em seus espaços físicos.

Somos, como tantas, uma escola com um quadro qualificado de mestres, doutores e especialistas que espera (há décadas) o enquadramento por formação e não acredita em treinamentos acelerados com cartas marcadas para os que aceitam se submeter ao papel de “capitão do mato” ou “feitor”. Funções necessárias para a garantia de um projeto de metas com morte já anunciada porque totalmente frágil e inconsistente. Somos, como várias, uma escola que possui professores militantes pós graduados e capacitados que - cumprindo a tarefa de se inscreverem nos concursos anunciados pela SEEDUC, para confirmação das subjetividades - são excluídos na primeira fase da seleção. Tudo feito de forma o mais “ on line” possível - sem transparência e sem esclarecimento dos critérios objetivos para análise das fichas apresentadas pela internet. Trata-se da apropriação da tecnologia para legitimação do que antes era indicação “política” escancarada! Esse é o critério de concurso para os quadros pedagógicos que vai substituir as indicações “políticas”, conforme defende o plano de metas da Educação.

Pelos motivos acima expostos é que lutamos e precisamos nos mobilizar para dar um basta a tanto descaso e tanta desvalorização. Afinal de contas, os profissionais da rede estadual são, acima de tudo, cidadãos que tem direitos e deveres. Estes últimos, temos a plena certeza de que estamos cumprindo, mesmo com todas as manobras de governos pouco comprometidos com a coisa pública e que não querem dar condição para a formação de cidadãos mais aptos a reivindicarem pelos seus direitos. Quanto aos direitos, ao longo das últimas décadas, temos assistido aos mais constantes e traiçoeiros ataques visando a sua extinção. Mas somos uma categoria de luta, que se formou na luta e vamos continuar resistindo aos Plano de Metas e às políticas que embutem uma privatização disfarçada do ensino público em nosso estado.

Neste sábado, o Sepe realiza, a partir das 10h, no seu auditório (Rua Evaristo da Veiga 55 - 7º andar) a Plenária Estadual sobre o Plano de Metas da Educação Estadual. Convocamos todos os profissionais da rede estadual para participar do debate sobre o plano e formular estratégias para boicotar a implementação da meritocracia e as determinações contidas no projeto, como o Conexão Escola e o Saerj. Compareça e venha descobrir o porquê é tão importante dizer não ao governador Cabral e ao secretário Risolia.
FONTE SEPE .

AVANÇAR NA ORGANIZAÇÃO SINDICAL DA CLASSE TRABALHADORA PARA COMBATER SEM TRÉGUA À HEGEMONIA DO CAPITAL

A atual crise internacional do capitalismo, que veio à tona com maior radicalidade em 2008 e, partindo do coração econômico e financeiro do sistema, se irradiou mundo afora, tendo, em 2010, feito seus estragos nos países menos desenvolvidos da zona do euro (Grécia, Espanha, Portugal, Itália), volta a ter, nos dias de hoje, seu epicentro nos Estados Unidos. Grande parte dos estados e municípios norte-americanos encontra-se em situação de quase insolvência, resultado de uma economia nacional enfraquecida pelos imensos gastos militares e pelas políticas locais de renúncia fiscal em favor das grandes corporações e dos ricos, associada ao corte dos salários e benefícios dos trabalhadores públicos. Nas últimas semanas, em protesto contra os constantes ataques aos direitos do funcionalismo público, milhares de trabalhadores estadunidenses engrossaram massivas manifestações nos estados de Wisconsin, Ohio e Indiana, onde os sindicatos são tradicionalmente fortes. Sem cobertura alguma da mídia burguesa mundial, as manifestações populares nos EUA, que podem levar à convocação de uma greve geral, evidenciam o acirramento da luta de classes no momento em que trabalhadores de todo o mundo, em especial no Oriente Médio e na Europa, demonstram disposição de lutar contra a opressão de governos e do capital.
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No Brasil, a expressão mais recentemente explosiva da luta do trabalho contra o capital foi a greve de 80 mil trabalhadores nos canteiros de obras do PAC, em protesto contra os baixos salários e as péssimas condições de trabalho impostas pelas grandes empreiteiras, empresas multinacionais como Odebretch, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e outras. As revoltas dos trabalhadores da construção civil foram manifestações espontâneas de indignação contra a superexploração e a repressão de seguranças e forças policiais a serviço dos capitalistas. As centrais sindicais governistas foram chamadas pelo Governo Dilma a negociar com as empreiteiras e a conter o ânimo dos trabalhadores, pois o medo do governo era que as revoltas se espalhassem pelo conjunto de obras do PAC, que empregam cerca de um milhão de operários. Agora se ameaça com a demissão de milhares de operários, visando diminuir a pressão no barril de pólvora das obras do PAC, medida necessária à estratégia das classes dominantes em prol da “paz social” indispensável à continuidade do crescimento capitalista. As centrais sindicais “chapa branca” cumpriram, uma vez mais, com este episódio, o papel de amortecedores da luta de classes, mais preocupadas com a continuidade da política governista de aceleração do capitalismo no país do que com as necessidades urgentes dos trabalhadores.
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O aparato oficial do sindicalismo brasileiro hoje, comandado pela CUT e pelo PT, é extremamente eficiente em seu papel de domesticador das lutas operárias. O processo de consolidação da hegemonia burguesa no Brasil, como resultado mesmo do desenvolvimento e expansão do capital monopolista brasileiro, plenamente associado, de forma subalterna, ao imperialismo, buscou, por meio de mecanismos de coerção econômica, pela violência aberta ou através de processos de alienação e de convencimento, induzir o conjunto da classe trabalhadora à passividade. Premidos pelos imperativos da economia capitalista, responsável pelo vertiginoso aumento da exploração, da precarização das condições de trabalho e da retirada de direitos conquistados, transformando cada vez mais a força de trabalho numa mercadoria plenamente disponível e livre para o capital, os trabalhadores brasileiros são também alvo de inúmeras campanhas ideológicas voltadas a incutir a lógica da privatização e da mercantilização em todos os níveis da vida em sociedade. Paralelamente ao aprofundamento das formas burguesas de representação política, novas formas de dominação e de consentimento foram fundamentais para a política de amoldamento do proletariado brasileiro aos limites da ordem do capital. A classe dominante brasileira contou, nas últimas décadas, com a providencial contribuição das entidades políticas e associativas (partidos, sindicatos, centrais, ONGs, igrejas) voltadas a perpetuar a ordem burguesa na sociedade e a forjar uma política de apassivamento da classe trabalhadora através de mecanismos de convencimento e de acomodação.
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O enfrentamento a este quadro, de plena afirmação da hegemonia burguesa e de aprofundamento das relações capitalistas monopolistas no país, não se dará sem uma luta permanente contra a ordem do capital e suas manifestações políticas e ideológicas. Na perspectiva da construção de um poderoso movimento contra-hegemônico, capaz de unificar a classe trabalhadora brasileira no caminho da alternativa anticapitalista e anti-imperialista, é preciso partir da premissa de que as lutas sociais e a resistência dos trabalhadores na defesa de seus direitos mais imediatos, como o salário, as condições de trabalho, a melhoria da qualidade de vida, se chocam hoje com a lógica privatista e de mercado que vê todos os bens e serviços públicos como mercadorias, gerando lucros enormes para as grandes corporações. Da mesma forma, entendemos que o desenvolvimento do capitalismo brasileiro está, de forma profunda e incontornável, associado ao capitalismo internacional, sendo impossível separar o capital de origem brasileira ou estrangeira, assim como o chamado capital produtivo do especulativo, já que nesta fase o capital financeiro funde seus investimentos tanto na produção direta como no chamado capital portador de juros e flui de um campo para outro de acordo com as necessidades e interesses da acumulação privada, sendo avesso a qualquer tipo de planejamento e controle.
A hegemonia burguesa busca se impor e se prolongar no Brasil pela divisão das forças socialistas, populares e revolucionárias. A fragmentação de nossas forças é dada não apenas pela capacidade de cooptação e neutralização estatal e governista, mas também pelas dificuldades no campo da esquerda de colocar questões secundárias de lado e produzir patamares de unificação mínimos que permitam, primeiro, a resistência e, depois, passar à ofensiva contra a hegemonia conservadora. O movimento sindical classista encontra-se bastante fragmentado, divisão esta que se aprofundou com a realização do Conclat em Santos, em junho do ano passado. Com hegemonia do PSTU, o resultado foi a refundação da Conlutas como Central Sindical e Popular (CSP/Conlutas), que abarca, além de representações sindicais, grupos estudantis e movimentos de luta contra a opressão – antirracismo, gênero, diversidade sexual. Tal configuração vem afastando da possibilidade de participação no interior desta central várias correntes políticas do PSOL, muitas das quais integrantes do campo originário da Intersindical.
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O PCB contrapôs à concepção de central sindical e popular a necessidade de uma organização que expresse a intervenção dos trabalhadores enquanto classe, tendo como fundamento a contradição capital-trabalho. Sem a compreensão de que os movimentos contra a opressão são dimensões da exploração e da opressão do capital sobre o trabalho, esta luta acaba se tornando refém da lógica burguesa, quando busca apenas garantir melhores condições de participação e de representação no interior da ordem capitalista. As lutas contra a opressão devem, necessariamente, ser tratadas de acordo com as suas especificidades. A inclusão desses setores em uma organização sindical é prejudicial à sua própria dinâmica. A presença dos estudantes é ainda menos indicada, pois o conjunto dos estudantes não se constitui como classe. O movimento estudantil é transitório e policlassista por sua própria natureza.
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A construção de uma Central Sindical Classista, centrada na luta sindical e no enfrentamento aos imperativos do capital nos locais de trabalho, é uma necessidade para fazer avançar o grau de organização e de mobilização da classe trabalhadora brasileira. Mas, em função da frágil unidade de ação e da ausência de um programa comum, a construção dessa Central não se dará de uma hora para outra, nem pode se dar apenas como um acordo entre correntes. Deve ser encarada como um processo de construção de longo prazo, partindo da unificação das lutas específicas, da formação de um programa nacional de lutas e de bandeiras gerais, com o estabelecimento na prática da solidariedade de classe. A ação da luta comum deve superar o puro e simples economicismo, sendo capaz de ultrapassar, também, as manifestações espontâneas dos trabalhadores. A ação econômica, sem politização, descamba no peleguismo e na adaptação do movimento operário ao jogo da concorrência capitalista. Ou seja, não bastam conquistas salariais e de melhores condições de trabalho. Também é importante superar o obreirismo, evitando a divisão entre setor público e privado, situação formal ou informal, lutas da cidade e do campo.
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Na conjuntura atual, nada avançará se não buscarmos a unidade possível no interior do campo político que advoga a construção de um movimento sindical combativo e classista, priorizando a unidade orgânica das representações dos trabalhadores voltadas ao enfrentamento mais direto contra o capital, ou seja, que percebam a necessidade de construir uma organização de caráter sindical na qual a contradição capital-trabalho seja tratada como a contradição central na sociedade capitalista. Nós, do PCB, entendemos que a Intersindical – instrumento de luta e organização da classe trabalhadora – pode vir a se transformar nessa poderosa ferramenta da luta de classes no Brasil, mas não pode se manter na configuração política atual. Desejamos manter e aprofundar nossas relações com a ASS, com quem temos grande afinidade na concepção da luta sindical e anticapitalista, mas defendemos a urgência da realização de conversações com as correntes políticas que compunham o campo originário da Intersindical, como meio mais imediato de fortalecer nosso instrumento de luta e organização. Nós, comunistas, não subestimamos o papel dos partidos e correntes no movimento operário, tendo clareza, porém, de que a vanguarda jamais substituirá a classe, nem a organização sindical.
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Diante do exposto, a Comissão Política Nacional do Comitê Central do PCB orienta a militância comunista nos estados e municípios a buscar desenvolver as seguintes tarefas:
  1. Fortalecer a UNIDADE CLASSISTA como corrente sindical que reúne militantes do PCB e simpatizantes da nossa linha política e sindical no interior dos sindicatos, movimentos e organizações de luta da classe trabalhadora;
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  2. Envidar esforços no sentido de promover conversações com as correntes políticas do PSOL insatisfeitas com a cristalização do formato e orientação política dominantes na CSP/Conlutas, visando contribuir para a recomposição do campo original da Intersindical;
  3. Participar ativamente da organização de manifestações de 1º de Maio unitárias, na perspectiva da luta combativa contra o capital;
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  4. Forjar a unidade de ação com as diversas organizações políticas, sindicais e populares que se opõem, em suas formas específicas, ao domínio do capital, na perspectiva de retomada do Forum Nacional de Mobilização;
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  5. Organizar movimentos de luta unitários na defesa de bandeiras como: mais e melhores empregos, fim do fator previdenciário, salário mínimo do DIEESE, fim do imposto de renda sobre salários, redução da jornada de trabalho sem redução de salário, nenhum direito a menos, avançar nas conquistas.
O maior patrimônio do movimento operário é a sua unidade. Mas essa unidade não pode ser construída burocraticamente. Promover essa unidade de ação é responsabilidade dos setores que se reivindicam de vanguarda. Nós, comunistas do PCB, estamos dispostos a participar de todas as discussões necessárias à construção da unidade de ação e do programa capazes de nortear o caminho para a efetiva formação de um poderoso movimento de luta contra o capital, contribuindo para a futura construção de uma central sindical classista, autônoma frente ao governo e ao patronato, que tenha centro nas organizações sindicais da classe trabalhadora. A construção desse movimento é parte inseparável da guerra sem tréguas contra a hegemonia do capital e a ordem burguesa, rumo à conquista da emancipação plena da classe trabalhadora, na sociedade comunista.
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OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

16 de maio de 2011

Como destruir o ensino médio público

Sob o patrocínio por ora oculto do ministro da Educação, Fernando Haddad, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou uma proposta que, se posta em prática, oficializa a bagunça no ensino médio do país. Os pobres serão definitivamente condenados à ignorância; na prática, vai se instituir um sistema de castas na educação. A quem pode pagar, ensino médio privado e de alta performance e, por conseqüência, os cursos superiores mais concorridos e as melhores universidades… públicas! A quem não pode, ensino público de quinta categoria no antigo segundo grau, faculdades privadas que não se distinguem de balcões de negócios, financiadas pelo ProUni. Eu explico.

Segundo a genial proposta aprovada pelo CNE, cada escola — sim, cada escola! — poderá organizar o seu próprio curso de ensino médio, desde que ministre disciplinas em quatro áreas: “trabalho, tecnologia, ciência e cultura”. Sei… Um colégio que fique numa área industrial, enfatizaria mais “trabalho e tecnologia” e, pois, deveria dar mais ênfase, por exemplo, a disciplinas como física e química… Ah, que interessante! Os colégios de São Thomé das Letras (MG) e Varginha, onde os ETs costumam dar pinta — aborrecidos que estão com o tédio das esferas —, concentrarão seus esforços em literatura; ficção científica, de preferência.

É uma sandice! O ensino médio no Brasil precisa é do contrário: urge a definição de um currículo mínimo de abrangência nacional, até porque, vejam a contradição, os estudantes do Enem fazem um exame… nacional! Por mais que o Ministério da Educação alopre nas questões — e, com efeito, sobram muito proselitismo e muita vigarice —, supõe-se a existência de um conteúdo mínimo que tem de ser ministrado. Imaginem se a coisa corre solta, cada escola definindo a sua própria prioridade… Alguém dirá: “Viva a liberdade!” Uma ova! Viva o autoritarismo dos chefes de quarteirão!

Trata-se de uma proposta contra os pobres. As escolas privadas de ensino médio de alta performance, que avaliam o desempenho dos professores e que vivem de resultado, tenderão a usar a “liberdade” para tornar seus cursos ainda mais competitivos, preparando seus estudantes para os cursos mais concorridos das universidades públicas. Já as escolas públicas do que antes se chamava “segundo grau”, corroídas pelo sindicalismo casca-grossa, que preferem ensinar “cidadania” (seja lá o que isso signifique) a matemática, física ou química, vão se entregar ao proselitismo rasgado. Os currículos passarão a ser definidos pelos sindicatos.

Tudo bem! Dado o andamento do ensino universitário no país, o desastre não será nem sequer percebido. Há muitos mecanismos para mascarar a desigualdade educacional no país que diz ter a educação como prioridade. Começa com o sistema de cotas e se estende ao ProUni, hoje um gigantesco sistema de repasse de dinheiro público para mantenedoras privadas. A esmagadora maioria das vagas destinadas aos pobres é composta dos cursos que requerem apenas cuspe e giz — às vezes, nem isso. O que o CNE está propondo é a radicalização desse sistema.

A proposta desce a detalhes perversos. Permite, por exemplo, que 20% das aulas do ensino médio noturno — 40% dos alunos — sejam, como se diz hoje em dia, “não-presenciais”, e o curso poderá durar mais de três anos. Pois é… Brasil afora, dada a desordem no setor, os alunos já fazem curso a distância porque não há professores.

A proposta aprovada pelo CNE, patrocinada nos bastidores por Haddad, é vergonhosa. Significa a renúncia ao esforço em favor da qualidade.

Por Reinaldo Azevedo

15 de maio de 2011

PROJETO DE LEI

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 480, DE 2007, DETERMINA A OBRIGATORIEDADE DE OS
AGENTES PÚBLICOS ELEITOS MATRICULAREM SEUS FILHOS E DEMAIS DEPENDENTES EM
ESCOLAS PÚBLICAS ATÉ 2014.

Projeto obriga políticos a matricularem seus filhos em escolas públicas. Uma
idéia muito boa do Senador Cristovam Buarque . Ele apresentou um projeto de lei
propondo que todo político eleito (vereador, prefeito, Deputado, etc.) seja
obrigado a colocar os filhos na escola pública. As conseqüências seriam as
melhores possíveis. Quando os políticos se virem obrigados a colocar seus filhos
na escola pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar. E todos sabem das
implicações decorrentes do ensino público que temos no Brasil.

11 de maio de 2011

Professor obsoleto?

No artigo publicado hoje na Folha de São Paulo, Ricardo Semler (sempre polêmico) faz uma provocação que gerou sentimentos contraditórios quando li. Vou reproduzir uma passagem do artigo:
O papel do professor está obsoleto. Pede-se demais: que entenda de uma matéria, mas cruze com outras; que saiba manter 39 meninos quietos; que lide com as sacanagens da carreira, com diretoras ranzinzas e pais perdidos; e ainda aprendam tudo sobre bullying e "bulshit". Os investimentos e estudos deveriam ir para formatos novos, com professores virando os tutores esclarecidos da paideia grega e chamando à escola os milhões de recém-formados e aposentados que poderiam partilhar suas paixões. Ficar tirando média de um conceito medíocre é inócuo. Correr atrás de resultados melhores no PISA parece avanço, mas não passa de uma polida no capô do Fusca.

Aí está. O papel do professor está obsoleto? Ou o professor é que estaria? Porque na continuidade do texto Semler propõe que os professores se tornem tutores. Fiquei com aquela sensação meio estranha, como aquela foto do Jânio Quadros com os pés apontando para o lado oposto à cabeça, sem pai nem mãe.Aliás, Jânio era professor. Será que realmente o melhor seria pensarmos em professores tutores? Fiquei pensando nas práticas de EAD,com professores e tutores. E nunca havia percebido que os professores de EAD, na lógica atual, assumem o papel dos antigos catedráticos. Os tutores são os antigos assistentes. Seria, então, este o melhor formato, afinal?
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Quanto ao que ele escreve sobre o PISA, ficou mais fácil: concordo plenamente com a avaliação que faz.
Fonte: http://rudaricci.blogspot.com/

Amigo adorado, Somente quem é seu amigo verdadeiramente pode dizer o quão grande é a sua lealdade,

Amigo adorado,
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Somente quem é seu amigo verdadeiramente pode dizer o quão grande é a sua lealdade, o quanto você é bondoso, despretensioso, puro, carinhoso. Sabe, Eduardo, uso os verbos no presente porque acredito que você apenas passou por um portal e foi para um lugar muito melhor que este, mais leve, mais suave, onde Jesus caminha entre as gentes espalhando luz e graças; um lugar onde seus ideais bordam os espaços do futuro imediato e onde todo o seu trabalho, as humilhações por que passou estão transmutados em cores de arco-íris em flor nos jardins à sua volta, amigo. A saudade, esta sim, é horrível! Não posso apenas ligar pra você agora ou passar um email, porque só ouço e vejo silêncios, embora sinta e saiba que está vivo...
De onde estiver, recebe com carinho este presente de aniversário, sei que é amanhã, dia dez de maio, recebe também o nosso carinho, a nossa amizade e a certeza de que não será esquecido,porque nós, seus amigos - o amamos muito. Deus o abençoe, guie e proteja onde estiver.

Sempre que puder, dá uma olhadinha para nós, que ainda estamos deste lado do portal.
BjsssssRosa vermelha
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"A amizade é um amor que nunca morre.
O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo."


"Amigo é coisa para se guardar

Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração

Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo,

a gente vai se encontrar.

Quando eu for, um dia desses,

Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...



AMIGO

No rumo certo do vento,
amigo é nau de se chegar
em lugar azul.
Amigo é esquina
onde o tempo para
e a Terra não gira,
antes paira,
em doçura contínua.
Oceano tramando sal,
mel inventando fruta,

amigo é estrela sempre
no rumo certo do vento,
com todas as metáforas,
luzes, imagens
que sua condição de estrela contém.




"Com fina linha prateada
o sonhador borda a sua vida:
na fronteira entre o dia e a noite,
entre uma estrela e outra,
uma palavra e sua sombra,
ergue um castelo de vento,
desfralda as bandeiras da paz. "



Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração

Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

A todos que gostaram do texto por gentileza ao final assinem o seu nome e repassem aos amigos de Eduardo, pois será uma linda homenagem no dia do seu aniversário, ainda que ele já não esteja mais entre nós. Umgrande abraço a todos.

Maria do Socorro, Luis Ieski. Graciete Santana

ELEIÇÃO PARA DIRETOR

Foi publicado no D.O. do município do dia 06 de maio os critérios para Gestor e Vice-Gestor das escolas municipais de Campos, entretanto o calendário das eleições ainda não foi sequer pensado.

Vale lembrar que o prazo para o processo de eleição - conforme o Plano Municipal de Educação - é o ano de 2011 e, urge que o calendário seja divulgado.

10 de maio de 2011

A EDUCAÇÃO MUNICIPAL EM CRISE

Os professores da rede municipal de Campos sofrem cada vez mais com a intransigência do governo municipal em não cumprir a Lei aprovada em dezembro de 2009 na Câmara sobre as eleições diretas para diretores de escolas.

Tem sido crescente o número de casos de assédio moral dos diretores indicados em relação à professores e funcionários.

O Gestor é o sujeito que, além de administrar a escola deve administrar os conflitos no interior da unidade escolar entretanto, ocorrências mostram que este - muitas das vezes - tem cumprido o triste papel de acirramento dos conflitos, colocando uns contra os outros levando professores a exposição extrema.

Digo isso porque, somente esta semana o SEPE recebeu várias denúncias neste sentido. Numa situação o professor está respondendo processo administrativo e, impedido de realizar o seu trabalho cumpre carga horária ociosa na escola enquanto os alunos ficam privados de suas aulas. Noutra, o diretor perseguidor forneceu dados e documentos a fim de incitar o pai de uma aluna a denunciar a professora na Justiça com argumentos caluniosos.

Além disso, existem escolas acéfalas onde por falta de diretores os auxiliares de secretaria são obrigados a responder pela UA.

Sem contar com as sucessivas nomeações e exonerações de diretores. Alguns por falta de competência, outros por nepotismo.

Com a crise instalada o correto é cumprir o quanto antes a Lei que orienta eleições de diretores em todas as escolas municipais e ponto. Esta é a única saída para devolver autonomia e equilibrio ao ambiente escolar e, garantir à Secretária de Educação uma tranquilidade para realizar a tarefa para a qual foi designada.

Ou é isso ou a crise tende a crescer comprometendo a Educação como um todo.

GRAMSCI E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A COMPREENSÃO DO TRABALHO DOCENTE

Emilia Peixoto vieira
O INTELECTUAL E SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE

Gramsci (1978) apresenta ainda uma formulação teórica bastante atual para a compreensão da sociedade capitalista do século XX e XXI. Ao discutir o processo histórico real de formação das diversas categorias intelectuais, ele o faz entendendo este processo no conjunto geral do sistema de relações sociais. Neste sentido afirma que todo ser humano é intelectual, no entanto, nem todos desempenham esta função na sociedade. Dessa forma, só é possível compreender as atividades intelectuais no contexto em que estas se encontram no conjunto geral das relações sociais.

Desse modo, Gramsci afirma que,

Não existe atividade humana da qual se possa excluir toda intervenção intelectual, não se pode separar o homo faber do homo sapiens. Em suma, todo, homem, fora de sua profissão, desenvolve uma atividade intelectual qualquer, ou seja, é um “filósofo”, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção do mundo, possui uma linha consciente de conduta moral, contribui assim, para manter ou para modificar uma concepção do mundo, isto é, para promover novas maneiras de pensar (GRAMSCI, 1979, p. 08).

Para Gramsci (1978) o homem é o resultado das relações sociais que estabelece com os outros homens e das relações que trava com a natureza na busca constante de sobrevivência e desenvolvimento. Para existir o homem necessita prover sua própria existência que é o que vai determinar a maneira que ele existe. Nas sociedades capitalistas, essa luta pela sobrevivência é determinada pela divisão da sociedade em classes. Essa divisão de classes vai gerar contraposições, em virtude das relações de força de disputa nos campos material, político e militar.
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Nesse caminho, Gramsci discute o papel dos intelectuais como os que fazem as relações entre as diferentes classes sociais possibilitando uma visão de mundo unitária e homogênea. Mostra-nos nesse sentido, que todas as camadas sociais possuem seus intelectuais, uns sendo profissionais, outros inclusos nesta categoria por participarem de determinada visão de mundo.
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O intelectual caracteriza-se por sua ligação com a estrutura, isto é, com os interesses de uma determinada classe da produção econômica, mas também pelo caráter superestrutural5 de sua função no bloco histórico, dando homogeneidade e consciência de sua função à classe à qual está ligado. O vínculo do intelectual não é, portanto, sua origem social, mas o caráter orgânico que ele desempenha no nível superestrutural. Nesse sentido, todo ser humano é um intelectual fora de sua profissão, pois participa de uma concepção de mundo contribuindo para mantê-la ou modificá-la, promovendo novas maneiras de pensar. A elaboração dessa camada de intelectuais deve ser entendida sempre como resultado dos processos históricos concretos.
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A relação entre os intelectuais e o mundo da produção não é imediata, como é o caso nos grupos sociais fundamentais, mas é “mediatizada”, em diversos graus, por todo o contexto social, pelo conjunto das superestruturas, do qual os intelectuais são precisamente os “funcionários” (GRAMSCI, 1979, p. 10).
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É precisamente por meio dos processos de persuasão, tarefa dos intelectuais, que a supremacia da classe dominante é mantida por longos períodos, uma vez que pelos mecanismos repressivos da sociedade política ela exerce uma dominação pela força, submetendo-os à sua vontade. A impossibilidade de manter essa dominação pelos mecanismos coercitivos por longos períodos, requer, também, o trabalho de persuasão, próprio da sociedade civil, por meio do qual passa-se do exercício da dominação ao exercício da hegemonia6. Isso significa dizer que no capitalismo o intelectual pode vincular-se tanto à burguesia quanto ao operariado, uma vez que sua relação é mediatizada. Desse modo,
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Cada grupo social, nascendo no terreno originário de uma função essencial no mundo da produção econômica, cria para si, ao mesmo tempo, de um modo orgânico, uma ou mais camadas de intelectuais que lhe dão homogeneidade e consciência da própria função, não apenas no campo econômico, mas também no social e no político (GRAMSCI, 1979,
p. 03).
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O conceito de intelectual em Gramsci, portanto, só pode ser compreendido em sua qualidade de ser orgânico, o que significa claramente vincular-se a uma classe fundamental, desempenhando atividades tanto no âmbito da sociedade civil quanto política. A busca da hegemonia do grupo que representa é seu objetivo, a fim de proporcionar-lhe o controle do bloco histórico, isto é, mantendo a relação dialética existente entre a estrutura e a superestrutura. Os intelectuais ligados à classe burguesa são
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As células vivas da sociedade civil e da sociedade política: são eles que elaboram a ideologia da classe dominante, dando-lhe assim consciência de seu papel, e a transformam em “concepção de mundo” que impregna todo o corpo social. No nível da difusão da ideologia, os intelectuais são os encarregados de animar e gerir a “estrutura ideológica” da classe dominante no seio das organizações da sociedade civil (Igrejas, sistema escolar, sindicatos, partidos etc.) e de seu material de difusão (mass media). Funcionários da sociedade civil, os intelectuais são igualmente os agentes da sociedade política, encarregados da gestão do aparelho de Estado e da força armada (homens políticos, funcionários, exército etc.) (PORTELLI, 1977, p. 86).
Gramsci destaca ainda que, a atividade intelectual pode ser diferenciada em graus do ponto de vista intrínseco, que vão produzir uma diferença qualitativa entre os tipos de intelectual que possa existir e de acordo com a atividade exercida na superestrutura.
No mais alto grau, devem ser colocados os criadores das várias ciências, da filosofia, da arte, etc.; no mais baixo, os “administradores” e divulgadores mais modestos da riqueza intelectual já existente, tradicional acumulada (1979, p. 11-12).
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Assim, os intelectuais ligados à classe burguesa são porta-vozes desse grupo ligado ao mundo da produção e tentam imprimir na sociedade maior homogeneidade e consciência da importância dessa classe.
Por outro lado, para Gramsci, o intelectual a serviço da classe trabalhadora tem papel importante no processo da reprodução social, na medida em que ocupa espaço social de decisão prática e teórica, com função de elaborar uma nova cultura, que pode ser entendida também como contra-hegemonia. A organicidade dos intelectuais nessa referência não se reduz apenas a formação de uma vontade coletiva, capaz de adquirir o poder do Estado, mas também a difusão de uma nova concepção de mundo e de comportamento. A possibilidade de se contrapor a hegemonia do grupo dominante requer do intelectual orgânico romper com a sua posição tradicional, e dessa forma, criar mecanismos capazes de relacionar política e hegemonia da classe trabalhadora, contrapondo-se com a classe dominante.
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O que Gramsci (1978) nos mostra é que todos os homens são filósofos, ainda que ao seu modo, inconscientemente, pois em qualquer manifestação de uma atividade intelectual está contida uma determinada concepção do mundo. Assim, existem duas maneiras de lidar com a formação de sua concepção do mundo. Ou o indivíduo participa de uma concepção do mundo imposta pelo ambiente exterior, por vários grupos sociais, nos quais todos estão envolvidos desde sua entrada no mundo consciente, ou elabora a própria concepção do mundo de uma maneira crítica e consciente e, portanto, em ligação com o próprio pensamento, escolhendo a própria esfera de atividade, participando ativamente na produção histórica do mundo, sendo guia de si mesmo e não aceitando o exterior de forma passiva.
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A AUTONOMIA DO INTELECTUAL

9 de maio de 2011

DO BLOG NA LUTA PELA EDUCAÇÃO DE SÃO GONÇALO

Uma mensagem a todos os membros de LUTA PELA EDUCAÇÃO

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Lutar pelo direito de ser ouvido, de expressar aquilo em que acredita. Exercer a possibilidade de refletir sobre a própria existência e contextualizá-la na sociedade em que vive, ir além e propor caminhos, possibilidades inerente a condição humana. Essa é a luta mais elementar que podemos travar em nosso cotidiano, lutar para ser reconhecidos como humanos, e por isso mesmo ,talvez se transforme-se na maior das lutas que travamos, e você Eduardo à lutou, com a indignação e a força dos grandes lutadores.
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Nos tornamos seus amigos quando nos dispusemos a ouvi-lo. Ouvimos, discordamos e concordamos mas acima de tudo dialogamos e acabamos convergindo, tendo como denominador comum a mesma meta em muitas jornadas, aprendemos com sua tenacidade, você Eduardo nos deixou uma lição, uma questão de ordem; EU DESEJO, EU TENHO O DIREITO DE SER OUVIDO.
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Camarada Eduardo! Presente!

Desinteresse por carreira de professor pode causar "apagão" de profissionais


Piso nacional é de R$ 1.187; faxineira ganha R$ 1.200 com a mesma carga horária

Do R7, com Jornal da Record

Uma recente pesquisa da Fundação Carlos Chagas, feita em várias cidades do país, revelou que apenas 2% dos estudantes querem ser professores. O dado preocupa, pois indica que o futuro pode viver um apagão na educação do país.

A baixa remuneração é um dos principais problemas da área. O piso nacional é de R$ 1.187; uma faxineira ganha cerca de R$ 1.200 fazendo a mesma carga horária.

A desvalorização é outro dos principais fatores responsáveis pelo desânimo com a profissão. Foi-se o tempo em que o professor era valorizado e respeitado no Brasil, e a violência assusta os docentes.

Na USP (Universidade de São Paulo), sobraram 50% das vagas no curso de pedagogia deste ano, após a convocação de aprovados em primeira chamada. Essas oportunidades foram preenchidas em novas istas de espera divulgadas pela instituição.

Seis anos atrás, uma cadeira era disputada por 18 candidatos no curso de pedagogia. Hoje, são apenas cinco pessoas na disputa.

Como destruir o ensino médio público


Sob o patrocínio por ora oculto do ministro da Educação, Fernando Haddad, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou uma proposta que, se posta em prática, oficializa a bagunça no ensino médio do país. Os pobres serão definitivamente condenados à ignorância; na prática, vai se instituir um sistema de castas na educação. A quem pode pagar, ensino médio privado e de alta performance e, por conseqüência, os cursos superiores mais concorridos e as melhores universidades… públicas! A quem não pode, ensino público de quinta categoria no antigo segundo grau, faculdades privadas que não se distinguem de balcões de negócios, financiadas pelo ProUni. Eu explico.

Segundo a genial proposta aprovada pelo CNE, cada escola — sim, cada escola! — poderá organizar o seu próprio curso de ensino médio, desde que ministre disciplinas em quatro áreas: “trabalho, tecnologia, ciência e cultura”. Sei… Um colégio que fique numa área industrial, enfatizaria mais “trabalho e tecnologia” e, pois, deveria dar mais ênfase, por exemplo, a disciplinas como física e química… Ah, que interessante! Os colégios de São Thomé das Letras (MG) e Varginha, onde os ETs costumam dar pinta — aborrecidos que estão com o tédio das esferas —, concentrarão seus esforços em literatura; ficção científica, de preferência.

É uma sandice! O ensino médio no Brasil precisa é do contrário: urge a definição de um currículo mínimo de abrangência nacional, até porque, vejam a contradição, os estudantes do Enem fazem um exame… nacional! Por mais que o Ministério da Educação alopre nas questões — e, com efeito, sobram muito proselitismo e muita vigarice —, supõe-se a existência de um conteúdo mínimo que tem de ser ministrado. Imaginem se a coisa corre solta, cada escola definindo a sua própria prioridade… Alguém dirá: “Viva a liberdade!” Uma ova! Viva o autoritarismo dos chefes de quarteirão!

Trata-se de uma proposta contra os pobres. As escolas privadas de ensino médio de alta performance, que avaliam o desempenho dos professores e que vivem de resultado, tenderão a usar a “liberdade” para tornar seus cursos ainda mais competitivos, preparando seus estudantes para os cursos mais concorridos das universidades públicas. Já as escolas públicas do que antes se chamava “segundo grau”, corroídas pelo sindicalismo casca-grossa, que preferem ensinar “cidadania” (seja lá o que isso signifique) a matemática, física ou química, vão se entregar ao proselitismo rasgado. Os currículos passarão a ser definidos pelos sindicatos.

Tudo bem! Dado o andamento do ensino universitário no país, o desastre não será nem sequer percebido. Há muitos mecanismos para mascarar a desigualdade educacional no país que diz ter a educação como prioridade. Começa com o sistema de cotas e se estende ao ProUni, hoje um gigantesco sistema de repasse de dinheiro público para mantenedoras privadas. A esmagadora maioria das vagas destinadas aos pobres é composta dos cursos que requerem apenas cuspe e giz — às vezes, nem isso. O que o CNE está propondo é a radicalização desse sistema.

A proposta desce a detalhes perversos. Permite, por exemplo, que 20% das aulas do ensino médio noturno — 40% dos alunos — sejam, como se diz hoje em dia, “não-presenciais”, e o curso poderá durar mais de três anos. Pois é… Brasil afora, dada a desordem no setor, os alunos já fazem curso a distância porque não há professores.

A proposta aprovada pelo CNE, patrocinada nos bastidores por Haddad, é vergonhosa. Significa a renúncia ao esforço em favor da qualidade.

Por Reinaldo Azevedo

8 de maio de 2011

Você merece ( Servidor da Educação Estad. do RJ ).



Você merece...

Você deve deve notar que não tem mais dinheiro
E dizer que não está preocupado
Você deve lutar pela xepa da feira
E dizer que está recompensado

Você deve estampar sempre um ar de alegria
E dizer: tudo tem melhorado!
Você deve rezar pelo bem do Cabral
E esquecer que está sendo mal pago

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Incorporação do Nova Escola em 5 anos, Plano de metas, currículo mínimo e assédio moral

Você deve aprender a baixar a cabeça
E dizer sempre muito obrigado
São palavras que ainda te deixam dizer
Por ser um Professor "Comprometido" e "Capacitado"
Deve,pois, só trabalhar com o Currículo Mínimo
Tudo aquilo que for ordenado
Pra ganhar uma gratificação no juízo Final
E Diploma de "Bom Funcionário"

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Lap Top, Auxilio transporte e vale cultura
Que maravilha!
Você merece, você merece
Aumento de 0%, Promessas do Pinóquio, Fracasso educacional
Que maravilha!
Você merece, você merece
Fazer gabarito do Saerjinho de graça, lançar notas no conexão
Esqueça que está sendo mal pago
Que maravilha
Secretário de Educação Economista, Concurso Interno Mandrake, Penúltimo lugar no IDEB
Que maravilha
Tudo vai bem, tudo legal
Professor sem aumento salarial
Graças a dupla Risolia/Cabral
Que maravilha

Parodia da Música Comportamento Geral (Luiz Gonzaga Jr.)
--------------------
*** Em www.youtube.com/watch?v=UzCL2fHmAU8 você ouve a música original.

Rede estadual: veja o que foi deliberado na assembléia do dia 5 de maio na ABI


Veja o que foi deliberado na assembléia da rede estadual de ontem (dia 5 de maio) na ABI:

Estado de greve;

Paralisação de 24h no dia 07 de junho com assembléia geral da rede às 14h no Salão Nobre do Club Municipal (Rua Haddock Lobo, 359 – Tijuca);

Conselho deliberativo no dia 07 de junho a partir de 09h no auditório do SEPE/RJ;

Boicote ao conexão através do não lançamento de notas;

Posicionamento contrário do SEPE em relação ao SAERJ e produção de materiais com orientação de não aplicação desta avaliação;

Comando de mobilização na rede: direção do SEPE/RJ, núcleos e regionais, acrescida dos profissionais que se dispuseram na assembléia;

Indicativo que as escolas organizem reunião com os pais;

Aprovada moção de apoio à luta dos trabalhadores da educação do Espírito Santo.

Calendário complementar:

11 de maio - audiência com o Secretário Estadual de Educação - Wilson Risolia, o Secretário de Estado de Planejamento e Gestão - Sérgio Ruy Barbosa Martins e alguns deputados estaduais, às 14h no gabinete da Secretaria de Estado de Educação. A audiência com o Secretário Risolia, que inicialmente estava marcada para o dia 10 de maio, não acontecerá mais em função do agendamento dessa mais ampla, do dia 11 de maio.

18 de maio - audiência pública na ALERJ apartir de 10h da manhã - prestação de contas da SEEDUC com a presença do Secretário Risolia.
FONTE: Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do RJ