Capitalismo brasileiro, já faz um tempo, tem promovido o caos na área de Educação. Sendo este um setor fundamental para a construção de uma hegemonia social, não poderia a Educação ficar imune a crise na qual hoje vive o mundo globalizado. No estado do Rio de Janeiro, particularmente, desde o governo Garotinho, passando por Benedita, Rosinha, e, atualmente Sérgio Cabral, os profissionais de educação vivenciam no dia a dia o descaso com a Educação, por parte da classe política dirigente, cujo propósito é o desmonte da educação pública, para em seguida deixá-la a cargo da iniciativa privada.
O governo Sérgio Cabral, aproveitando-se do momento de crise, com o desemprego crescente, vem desde 2007 implementando uma política na educação dentro de uma lógica das mais cruéis do capitalismo brasileiro. Valendo-se de uma clientela na margem da pobreza, baixos salários, Cabral apresenta medidas que considera avançadas, a despeito das condições dos profissionais da educação que beiram à miséria. Dentre essas medidas anunciadas estão a centralização da merenda escolar, computadores pessoais para os professores, microfones para as salas de aula, esquecendo-se da questão central, que é a parte pedagógica de nossas escolas.
De que adianta tais medidas se as salas de aula continuam superlotadas, com obras que não terminam nunca para o regozijo de empreiteiros particulares, professores que sofrem pressão diária por trabalharem em área de risco, sem a menor segurança pública, profissionais sem reajuste salarial há mais de dez anos, funcionários administrativos que recebem um vencimento de R$ 259,00, ou seja, valor inferior ao salário-mínimo.
De forma alguma pode-se negar a importância do avanço tecnológico, porém há de se considerar que deve existir uma ordem de prioridades, para que os profissionais de educação possam se apropriar dessas tecnologias com suas reivindicações devidamente atendidas e resguardadas as condições necessárias a uma educação pública, democrática, laica e de qualidade.
No entanto, com a crise, estados e municípios começam a diminuir a parte destinada à educação em seus orçamentos, penalizando desta forma o público alvo: a classe trabalhadora e seus filhos. Numa clara desqualificação dos profissionais de educação os governos tentam privatizar funções típicas desses profissionais. Esse processo já vigora dentro das escolas com a privatização de todos os serviços administrativos.
Em nosso município a situação é a mesma. Não bastasse a extensa pauta de reivindicações, que se arrasta governo após governo nos últimos vinte anos tais como: alteração da legislação que instituiu o PCCS, que não leva em conta o tempo de serviço, eleições diretas para diretores de escolas, pela comunidade escolar, pondo fim ao clientelismo político, etc., convivemos ainda hoje, apesar da Constituição de 1988, com a falta de concurso público para os funcionários administrativos, vulneráveis, dependendo de TACs. Isso, além de fragilizar o funcionamento das escolas, precariza a mão de obra dos terceirizados, inseguros quanto ao seu destino.
Assim sendo, cabe ao movimento sindical dos profissionais da educação, dos que não se deixaram levar pela cooptação governista, tanto no governo Lula quanto nos governos Sérgio Cabral e Rosinha, sair às ruas em defesa da classe trabalhadora e principalmente dos profissionais de educação, a fim de travar uma luta pautada na unidade de ação dos setores mais combativos do movimento sindical, que tenha compreensão da necessidade da luta para o enfrentamento aos ataques dos governos à educação que defendemos.
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Graciete Nogueira
Professora
Artigo publicado na edição de 7 de Abril de 2009 do Monitor Campista
Graciete Nogueira
Professora
Artigo publicado na edição de 7 de Abril de 2009 do Monitor Campista
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