11 de abril de 2011

Professores vão à Secretaria Municipal de Educação de Campos pedir segurança e não são atendidos.

O incidente ocorrido hoje na E.M. Fernando Andrade retrata claramente a vulnerabilidade das escolas públicas municipais quando o assunto é segurança.

Se a principal função social da escola é promover a construção de valores, tornando-se âmbito privilegiado de propensão à cidadania, temos que, pelo bem coletivo, fazer desse espaço um espaço de luta para a conquista de bens coletivos.

Tomados de tamanho comprometimento com a educação, nós, professores da E.M. Marlene Henriques Alves, nos dirigimos à Secretaria Municipal de Educação de Campos para reivindicar segurança nas unidades escolares de modo geral, uma vez que não apenas nossa unidade está à mercê da sorte, mas toda a rede.

Depois de aproximadamente 45 minutos de espera em uma sala da SMEC, os funcionários ali presentes foram informados de que não havia quem pudesse os atender naquele momento.

O mais incoerente é que, justamente hoje, segunda-feira, é dia de atendimento ao público na Secretaria de Educação de Campos.

O referido órgão é público e, portanto, é nosso e não pertence a quem está lá. Nossa intenção era que fossemos ouvidos e esperávamos maior atuação do poder público municipal no legado de suas funções. Isso não é favor, é um dever!

Estávamos lá como cidadãos, não apenas como educadores.

Foram chegando guardas municipais, provavelmente porque foram solicitados, no entanto nas escolas não encontramos nenhum deles pelo simples fato de que estes não são designados para tanto. Não segue aqui nenhuma crítica ao trabalho da guarda municipal, a crítica direciona-se ao fato de que os mesmos são designados à secretaria porque existiam professores pedindo atendimento, como se isso expusesse os funcionários da SMEC a algum tipo de risco!

A hipocrisia começa no discurso que se faz em “defesa” de uma escola pública de qualidade, porém espera-se a qualidade apenas no processo pedagógico sem, no entanto, subsidiar a estrutura para a construção do processo de aprendizagem.

Quem já não ouviu a frase: “Educar para a vida!” Ou então: “Vamos formar cidadãos!”

Cidadãos na teoria, pois quando os educadores exercem sua cidadania são sufocados ou ignorados, como foi o caso.

Esse é um momento de reflexão, não podemos enxergar essa situação como um fato isolado, mas devemos responsabilizar cada qual na sua função.

Se funcionários e alunos correm risco no interior das unidades a responsabilidade é sim do poder público. Paremos já de tentar abraçar para nós todas as responsabilidades, caso contrário estaremos sendo levianos com nossas vidas e com as vidas alheias.

Quando um aluno ou um funcionário adentra uma unidade pública de ensino, ele pertence ao sistema e, portanto, ao poder público que tem a função de prover as condições necessárias de segurança no interior de suas repartições.

Saibamos, desde agora, delegar as responsabilidades a quem deve assumi-las.

Nossa função agora é exercer a cidadania e, como formadores de opiniões que devemos ser, chamar a atenção da população em geral para a conscientização de que essa luta é de todos nós!

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