15 de junho de 2011

AVALIAÇÃO DA GREVE NO ESTADO

Segundo levantamento realizado pelo SEPE, baseado nas informações dos núcleos, regionais e metropolitanas, a greve dos profissionais de educação está crescendo dia-a-dia. Na capital há uma adesão de 60% da categoria, na Baixada Fluminense 80% e no interior a adesão é de 40%.

Estes números revelam que o movimento está consistente e, o desafio agora é elevar estes índices de adesão até que alcancem a totalidade da categoria, sendo esta a necessária demonstração de insatisfação com a forma que o Governo Cabral tem tratado a EDUCAÇÃO e os profissionais em nosso Estado.

Um comentário:

  1. GREVE DOS PROFESSORES ESTADUAIS – REFLEXÕES – 17/06/2011

    Que me desculpem os colegas professores pelo anonimato... É que a tristeza que me invade a alma é tão onipresente que prefiro me esconder até dos meus amigos... Mais um dia de greve. Menos um dia de trabalho. Mais um dia de profundas reflexões a respeito do que seres humanos podem fazer para expressar seu total desprezo por outros seres humanos; e como não há relações sociais mais estreitas entre eles, a humilhação é ainda pior, pois diz respeito à utilidade daquele ser na sociedade como um todo. Somos desprezados pelas funções que exercemos. Nossos trabalhos pouco significam. Nossas formações profissionais (graduações, pós-graduações, diferentes cursos de aprimoramento etc., etc., etc.) nada valem. Nossa dedicação às crianças e adolescentes (e aos adultos, também) não passam de um grande nada. Se as reivindicações de nossa classe não são atendidas e entramos em greve, nem merecemos espaço nos jornais...
    Dirão que é porque não nos mobilizamos como os bombeiros... ou que não recebemos a adesão da população (“qual pai quer ver seu filho sem aula?”)... Talvez a tristeza pelo desprestígio seja tão grande que acabamos numa espécie de inércia, quase um estado de depressão...
    Mas será que só no grito ou nas atitudes mais radicais seremos ouvidos? Será que ainda cabe, em pleno século XXI, em um país visto pelo mundo como uma verdadeira democracia, invasões para que sejamos PERCEBIDOS? Um país onde a presidente eleita, Dilma Rousseff, em seu discurso de posse, deu tanto destaque aos professores? Onde o governador do nosso estado (Sérgio Cabral) se declara publicamente filho de uma professora?
    Como não se sentir imensamente triste pelo descrédito?
    Há pouco, os canais de televisão veiculavam propagandas bem feitas sobre os professores. Todos nos lembramos. Em uma, as pessoas falavam a palavra PROFESSOR em várias línguas, vendo em nós a base de crescimento das nações; em outra, o incentivo a que estudantes se interessem pelo magistério... No entanto, a que mais me entristece pensar, hoje, é a que diz que “tudo passa pelo professor”...
    Se um governo utiliza uma frase como essa; mas age como tem agido... seria o mesmo que nós, professores, fazermos o contrário do que nos disse Shakespeare: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
    Então, o certo seria ensinarmos algo e agirmos de forma oposta?...
    ................................................................................................................................

    Se “tudo passa pelo professor”, deixem que passe também o respeito, a confiança, o incentivo, o INVESTIMENTO EM TODOS OS NÍVEIS – principalmente, moral.
    No Estado do Rio, o Secretário (Wilson Risolia) não é professor... e nem precisava ser. Toda sua formação escolar e universitária dependeu de professores e, com certeza, sua formação como ser humano foi alicerçada por diversas referências... PELO MENOS UMA DELAS FOI UM PROFESSOR-EDUCADOR. Onde essas referências estão hoje, estão satisfeitas com sua postura? O mesmo podemos perguntar ao Governador e à própria Presidente...
    Cruzar os braços é a última opção para pessoas que tentam fazer quase o impossível, em meio a tantas dificuldades para trabalhar. Cada profissional pode especificar suas várias dificuldades. Mas é uma tentativa de atingir aqueles que esqueceram de nós... ou nunca pensaram em nós como profissionais... ou nunca pensaram em nós...
    Mais importante do que estarmos em primeiro no IDEB ou em penúltimo, é estarmos TODOS com a consciência tranquila. Nós, professores, porque estaremos conseguindo um ambiente saudável de trabalho, em todas as suas nuances, motivados nos nossos papéis e transferindo isso aos nossos alunos. E os governantes, pela certeza de que estariam honrando com seus compromissos.
    As consequencias seriam maravilhosas.
    Sou um(a) docentedoestadodorio@yahoo.com.br

    ResponderExcluir