12 de outubro de 2011

AMPLIAR O NÚMERO DE DIAS LETIVOS NAS ESCOLAS NÃO RESOLVE O PROBLEMA DA EDUCAÇÃO


Comentário da blogueira:
O Ministro da Educação quer aumentar o número de dias letivos nas escolas - de 200 para 220 - como se o problema da educação pública fosse esse.

Uma coisa é a implantação da escola integral onde o aluno teria um atendimento completo para adquirir conhecimento e desenvolver suas potencialidades em atividades extracurriculares. Outra é aumentar o número de dias letivos e manter o descaso com a educação pública por falta dos investimentos necessários.

Hoje há uma luta nacional para que 10º do PIB seja destinado a educação. Atualmente este percentual é de 5º e as escolas públicas não reune condições para oferecer uma educação de qualidade.

Aumentar o número de dias letivos serviria somente para acelerar o processo de desgaste dos profissionais de educação que seriam obrigados a conviver por mais tempo com as mazelas da educação. Além disso, representaria a finalização do processo de sucateamento das escolas públicas do país.

Defendemos a escola em tempo integral como dizia o Professor Darcy Ribeiro "lugar de criança é na escola" entretanto, para que isso aconteça será necessário amplo investimento para estruturação das escolas. Esse negócio de 220 dias letivos é uma falácia do Excelentíssimo Ministro. Se aumentar dias letivos fosse o cerne da questão a educação brasileira estaria em outro patamar por conta da ampliação já feita de 180 para 200 dias.

- Exigimos respeito à Educação Pública e aos Profissionais de Educação;
-10° do PIB para a Educação;
- Escola em tempo integral para o aluno;
- Manutenção dos 200 dias letivos.

Abaixo leia matéria sobre o tema.


Matéria publicada no Jornal Folha da Manhã edição de 12/11/2011

Aumento de horas na escola e dias letivos aprovados em Campos



O aumento do número de horas do aluno na escola e a ampliação dos dias letivos, que estão em estudo pelo Ministério da Educação, tiveram aprovação em Campos. Mas, tanto o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), quanto os diretores, acreditam que as medidas não surtirão efeito se não houver melhoria da estrutura pedagógica e administrativa das unidades escolares.

A diretora do Sepe, Graciete Santana, defende a permanência do aluno em tempo integral. Para isso, segundo ela, será preciso investimento. “As escolas necessitam, por exemplo, de laboratórios para que os estudantes tenham condições de desenvolver suas habilidades”, afirmou ela, contestando, no entanto, a ampliação dos dias letivos. “Isso não é garantia de qualidade. Aumentaram de 180 para 200 dias e de nada adiantou”, indagou Graciete.

Neiva Sampaio, que integra a equipe da diretoria pedagógica da Regional Norte Fluminense, também defende a permanência em tempo integral, mas com atividade extra curso. “O Governo do Estado está implantando nas escolas da rede o ensino médio integrado, que vai agregar o currículo normal ao profissionalizante. Ainda não temos a listagem das escolas que vão oferecer essa nova modalidade, mas as unidades do município, certamente, serão beneficiadas”.

Já a diretora geral do Liceu de Humanidades, Celina Mateus Barbosa, afirmou que aumentar o número de horas do aluno na escola é uma necessidade, como também mais professores e material. “A gente continua convivendo com a carência de profissionais e material pedagógico. Diminuíram de Geografia, por exemplo, de três para duas/semanais, assim como História, quando deveriam priorizar a carga horária de matérias básicas”.


Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, atualmente, a criança ou o adolescente ficam 800 horas por ano na sala de aula, carga considerada baixa quando comparada a de outros países. “O aprendizado está relacionado à exposição ao conhecimento. Há um consenso no Brasil de que a criança tem pouca exposição ao conhecimento seja porque a carga horária diária é baixa ou porque o número de dias letivos é inferior ao dos demais países”, disse o ministro.

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